quinta-feira, 28 de maio de 2009

Casa Branca: Pittsburgh sediará próxima reunião do G-20, nos dias 24 e 25 de setembro

Após semanas de jejum do blog - culpa da mudança (a quarta de país em dois anos; ufa!) - deixei as malas por fazer por alguns minutos para dar uma rápida atualizada no site.

Mas chega de conversa mole e vamos ao que interessa. A Casa Branca anunciou hoje à tarde que Pittsburgh irá sediar a próxima reunião do G-20 (que reúne as nações mais ricas do mundo), nos dias 24 e 25 de setembro.

Segundo Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca, a cidade foi escolhida por ter conseguido dar a volta por cima após sua economia sofrer um duro baque com a derrocada da indústria do aço, na década de 80. Hoje, educação (Pittsburgh tem 9 universidades e atrai estudantes de todo o mundo) e saúde (aqui está a rede de hospitais UPMC, uma das maiores e melhores do país) movimentam a economia local. No entanto, a cidade continua vinculada, no imaginário popular, aos céus cinzentos e rios poluídos da época do aço.

"Pittsburgh demonstrou um compromisso com o uso de novas tecnologias verdes para a recuperação e o desenvolvimento de sua economia. O encontro será sediado no Centro de Convenções David L. Lawrence, no Centro da cidade, um exemplo desse tipo de compromisso", diz o comunicado da Casa Branca.

O centro de convenções David L. Lawrence é o maior do mundo com a certificação LEED (Liderança em Energia e Design Sustentável) do Conselho Americano de Contruções Verdes (USGBC, na sigla em inglês), um selo de qualidade que indica edificações sustentáveis.

Durante o econtro do G-20, o presidente Barack Obama discutirá que passos devem ser tomados para que o mundo possa se recuperar da crise financeira e econômica global. Fazem parte do G-20 África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Européia.

O último encontro do G-20 aconteceu em abril, em Londres.

sábado, 2 de maio de 2009

Gripe suína aqui e lá. Nos EUA, poder da doença é limitado, mas Brasil ignora a notícia

Ainda sobre o vírus da gripe A H1N1. A cobertura da imprensa brasileira e americana parece continuar fora de compasso. Acabo de ler no Wall Street Journal e no New York Times que embora a doença esteja se espalhando rapidamente e possa causar uma pandemia global, existem hoje sinais de que o vírus é menos potente do que se imaginava a princípio, segundo o Centro de Controle de Doenças dos EUA. A notícia está na primeira página das versões online dos jornais americanos.

Matéria do NYT mostra que, dos 908 suspeitos de terem sido infectados pelo A H1N1, apenas 397 tinham o vírus de fato, segundo informações do governo mexicano. Destes, 16 morreram. Claro, a coisa ainda é feia, mas não tão feia quanto se pensava. O jornal ressalta que o México informou que, até ontem, tinha 2.500 casos suspeitos da doença, mas que pode ser que apenas metade destes sejam confirmados.

Essas matérias são um contraponto importante ao que tem saído na mídia nos últimos dias, quando vimos os casos da doença escalarem em todo mundo, atingindo novos países.

Quando fui olhar as páginas dos principais jornais brasileiros, no entanto, ambas informações não puderam ser encontradas. Nas versões online do Globo e da Folha de São Paulo, a manchete é a Organização Mundial de Saúde elevando para 615 o número de pessoas infectadas pela doença - um aumento de 65% em relação ao último dado, de 24 horas atrás.

A matéria do Globo está aqui e a da Folha, aqui.

Bem, esse também é o destaque da CNN. Na matéria, no entanto, está lá a informação de que a doença pode ser mais branda do que se pensava a princípio.

Não é à toa que o clima no Brasil parece ser de um pânico bem maior do que o que a gente vê aqui nos EUA...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Temor com gripe suína desvia avião da rota e passageira é forçada a desembarcar antes

E o medo da gripe suína cresce. Hoje, um vôo da United Airlines que saiu de Munique, naa Alemanha, com destino aos Estados Unidos foi desviado da rota antes do destino final, Washington. Uma passageira de 53 anos do vôo UA 903 começou a apresentar sintomas de gripe a bordo e o piloto decidiu pousar em Boston, onde a mulher foi encaminhada ao Massachusetts General Hospital.

Não se sabe se a mulher tinha ou não gripe suína. Por via das dúvidas... Bem, depois de passarem duas horas em terra devido ao pouso de emergência, os demais 245 passageiros seguiram rumo ao destino final.

A materia está no site do The Boston Globe.

A mesma gripe suína, mas com efeitos colaterais bem diferentes nos EUA e no Brasil

Na última semana, os primeiros cem dias do presidente Barack Obama na Casa Branca dividiram o noticiário com o aumento dos casos de pessoas contaminadas pelo vírus da gripe A H1N1, também conhecida como gripe suína. Ontem, fora confirmados 114 casos nos EUA, em 12 diferentes estados. Um dia antes, quarta-feira, eram 91 casos em dez estados americanos. Várias outras regiões do país - Pennsylvania incluído - têm suspeitas de contaminação. Até agora, no entanto, os resultados foram negativos.

A cobertura da mídia americana, assim como em todo mundo, tem sido extensa. No entanto, conversando com amigos no Brasil, não pude deixar de notar um tom bem mais alarmista do que o que tenho visto aqui nos EUA. Não que os americanos não estejam preocupados com o A H1N1. Pelo contrário: estão, e muito. Mas, parece que o clima de pânico é maior em solo brasileiro.

Minha mãe ontem estava falando que viu na TV brasileira que um segurança do presidente Obama pode ter sido infectado com o A H1N1. Uma rápida vasculhada na internet e a gente percebe que o diabo, como dizem, está nos detalhes. No Globo Online tem uma matéria (imagem ao lado) com o título Segurança de Obama pode ter contraído gripe suína durante viagem do presidente ao México. Na matéria, a gente tem a impresão de que o funcionário trabalha diretamente com Obama.

Já no New York Times, a matéria (ao lado, a imagem da página) esclarece que o homem trabalha, na verdade, para Steven Chu, secretário de Energia do governo americano, de acordo com o assessor de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs. Além disso, no texto, descobrimos que o doente nunca voou no avião presidencial, o Air Force One, e também nunca esteve perto de Obama. O NYT também esclarece, no título, que o homem já se recuperou. Ora, essas são informações vitais que anulam o tom de alarme da primeira matéria.

Acho que a cobertura de casos como o da gripe A H1N1 deve ser feita sempre com muito, muito cuidado para informar o avanço da doença, mas sem criar pânico desnecessário na população.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Canal Fox se recusa a passar pronunciamento de Obama sobre cem primeiros dias na Casa Branca

Ainda sobre os cem dias do Obama na Casa Branca... A Fox acaba de se tornar a primeira rede de TV aberta a dizer "não, obrigado" a um pedido do presidente americano por tempo de programação.

Nesta quarta-feira, às 20h (EDT), enquanto os demais canais colocarão no ar o pronunciamento de Obama sobre os cem dias - a terceira ou quarta em horário nobre, já perdi a conta -, a Fox (que atinge mais de cem milhões de lares nos EUA) vai manter o seriado Lie to me na grade de horário.

Há estimativas de que as redes americanas percam o equivalente a US$ 10 milhões em receita de publicidade quando cedem o horário nobre a essas coletivas presidenciais que já estão virando moda na gestão Obama.

A Fox é mãe da Fox News, que é a menina dos olhos da rede. O canal é ultraconservador (leia-se republicano) e tem uma programação super tendenciosa - e, claro, uma penimba com Barack Obama. Chega a ser insano. Sério.

Em tempo: a Fox News, no entanto, vai colocar o pronunciamento no ar.

O babado pode ser conferido em matéria do Los Angeles Times.

Diversão em tempos de crise: filmes, música e séries de graça no YouTube, Hulu e Amazon.com

Cada vez mais me apaixono por essa coisa maravilhosa chamada internet. Em tempos de crise, é ela que tem tornado a vida de quem não quer colocar a mão no bolso - e, ao mesmo tempo, não pensar por alguns minutos ou horas na bananosa em que se meteu a economia mundial - mais agradável.

Primeiro foi a Amazon, que há tempos tem um serviço para baixar músicas e mesmo CDs inteiros de graça. Depois veio o Hulu, lançado no início deste ano, onde é possível ver séries e filmes sem pagar nada. Agora, a bola da vez é o velho e bom YouTube.

Navegando hoje pelo site descobri que, além dos milhares de videos caseiros, eles criaram duas novas seções: shows e movies.

Na primeira, estão as séries de TV. Há desde clássicos - como Ilha da Fantasia, A Feiticeira, Jennie é um gênio, As Panteras, Família Adams e The Lone Ranger - até coisas mais recentes, como Party of Five (não lembro qual era o nome em português) e até a temporada atual do reality show Britain's got talent, que catapultou a desconhecida Susan Boyle para a fama. Aliás, o vídeo dela está lá, claro.

Na segunda seção estão os filmes do YouTube. Se você pensou filme caseiro, está na hora de rever seus conceitos, como já bem dizia um velho comercial brasileiro. Lá é possível encontrar coisas como Carrie - a estranha, A noite dos mortos-vivos, O primeiro ano do resto de nossas vidas, além de muitos filmes de Bollywood. O ponto em comum é que a maioria é coisa antiga. A ferramenta de busca ainda é bem capenga e há hoje pouco mais que 20 filmes, mas cabe destacar que o serviço mal começou. Ainda assim, lembro: tudo de graça - e de graça, ainda mais em tempos de crise, até injeção na testa!

Como o YouTube fechou acordo com grandes estúdios como MGM, Sony, Lions Gate, CBS, Discovery Communications e National Geographic, é de se esperar que a safra de filmes aumente consideravelmente nas próximas semanas e meses.

Hoje, o Hulu sai na frente, disparado, em relação ao serviço do YouTube. Isto porque o site permite que você veja as temporadas atuais das séries americanas de redes como NBC e Fox, como a badalada 30 Rock, House, 24 Horas, The Office, Heroes e Saturday Night Live - só para citar alguns. O site também tem filmes. Coisa como O maravilhoso Réquiem para um sonho, o documentário Super size me, o independente Parceiros do crime (que eu adoro!), o desenho da Disney Anasatasia, ente muitos outros.

Não sei se o Hulu pode ser acessado do Brasil, mas aqui ele é uma tremenda mão na roda. Dá até para ficar perdido em meio a tanta oferta. E o melhor de tudo: de graça. No SuperBowl, famoso, entre outras coisas, por seus comerciais, o do Hulu, com Alec Baldwin, foi um dos que mais fez sucesso.



Por último, tem a boa e velha Amazon. Já tem mais de um ano que venho futucando o site à procura de músicas e CDs grátis. Quem vai na seção Movies, music and games (Filmes, música e jogos) encontra um link para baixar músicas em formato .mp3. Lá, eles têm uma seção chamada Special Deals (algo como Bons negócios ou Boas compras, numa tradução livre). São músicas e CDs por $ 4.99 ou menos. Vários podem ser baixados de graça e a seleção muda constantemente.

Uma busca rápida hoje me mostrou que o site tem 789 músicas grátis. Para quem acha que só tem porcaria, é bom ficar atento. Vira e mexe aparece um bom CD de jazz de graça (já baixei algumas músicas da Diana Krall assim) ou uma nova banda com um som bacana. É preciso ter paciência para separar o joio do trigo. Mas vale a pena vasculhar. Conheci vários artistas bacanas assim - nomes como Jackopierce, Matt Hires, Blackpool Lights e Paul Freeman. Já até baixei CDs com cantigas de ninar para a minha filha. A variedade é imensa, mas tem que cavar.

Em tempos de crise, esses sites são uma grata surpresa e um alívio para o bolso e para a cebeça.

sábado, 25 de abril de 2009

Prestes a completar cem dias no cargo, presidente Obama mantém altos níveis de aprovação

Prestes a completar 100 dias como presidente dos Estados Unidos (na próxima quarta-feira), o presidente Barack Obama continua tendo robustos e consistentes níveis de aprovação pelos americanos. Pesquisa publicada hoje pelo jornal USA Today (líder em circulação nos EUA, com mais de dois milhões de exemplares diários) e pelo Instituto Gallup mostra que 33% acreditam que Obama é um bom presidente e 23% o consideram excelente.

Para 34%, ele está se saindo bem nas decisões sobre a economia americana e a crise financeira. 14% avaliam que ele é excelente neste quesito. Em relação à segurança nacional, um item sempre espinhoso, 38% disseram que Obama vai bem e outros 15% acreditam que seu desempenho tem sido excelente.

Foram entrevistadas 1051 pessoas e a pesquisa tem uma margem de erro em torno de três pontos percentuais. Os resultados completos da enquete estão na imagem que abre o post. Basta clicar para ampliá-la.

Em tempo: se o presidente Barack Obama vai bem, é preciso dizer que a primeira-dama, Michelle, vai ainda melhor aos olhos do público. O mesmo USA Today/Gallup verificou que 79% dos americanos aprovam a atuação da senhora Obama na Casa Branca. Apenas 8% torcem o nariz.

Péssimo sinal: fundo de ações da GM vende todos os papéis da montadora em carteira

A coisa está feia mesmo para as montadoras. Acabo de ler na AP que o fundo de ações dos funcionários da General Motors (GM) acaba de vender todos os papéis que tinha da companhia. Em troca das ações da montadora, o fundo fazer investimentos de curto prazo.

Como se sabe, a GM está dando nó em pingo d'água - leia-se, fechando fábricas e reduzindo custos - para não ir à falência. Mas se até os funcionários não querem saber da empresa, bom sinal não pode ser. Ao que parece, a desova de papéis da companhia pelo fundo começou há cerca de um mês.

O último a sair que apague a luz.

Palavras que matam: meninos de 11 anos cometem suicídio após serem chamados de gay

Duas mortes, dois adolescentes, um mesmo motivo. Na última semana, dois casos ganharam destaque na mídia americana. O de Jaheem Herrera, morador da Georgia, e o de Carl Joseph Walker-Hoover, de Massachusetts - ambos de 11 anos. Os dois cometeram suicídio após sofrerem bullying na escola, pois os colegas achavam que os meninos eram gays.

Não consigo pensar agora numa palavra em português que consiga resumir o que é bullying, que vai desde agressão física (como bater e chutar), até verbal (como xingar, discriminar e difamar), passando por psicológica (como intimidar, perseguir e ameaçar), sexual (como assediar e abusar) e material (como roubar e furtar). Infelizmente, esse é um fenômeno em alta em todo mundo.

O caso dos dois meninos choca muito por serem ambos ainda tão novos, mas são, certamente, a ponta do iceberg. Há uma semana, Jaheem Herrera, de Stone Mountain, no estado da Georgia, se enforcou com um cinto, em seu quarto, após sofrer extensa perseguição de seus colegas na Dunaire Elementary School, que o chamavam de gay e dedo-duro. Foi sua irmã, um ano mais nova, que descobriu o corpo. Embora tivesse contado sobre o bullying aos professores, a tortura continuou até o dia de sua morte.

No início de abril, o corpo de Carl Joseph Walker-Hoover (foto ao lado), de Springfield, Massachusetts, foi encontrado por sua mãe, após ele se enforcar com uma extensão de tomada. Ele havia sofrido meses de perseguição na Leadership Charter School, por alunos que acreditavam que Carl fosse gay. A mãe do menino foi esta semana ao programa de Ellen DeGeneres contar sobre a tragédia.

No aniversário de Carl, dia 17 de abril, os EUA celebraram o Dia Nacional do Silêncio, em que milhares de pessoas fazem votos de silêncio em memória dos estudantes vítimas de bullying na escola.

É triste ver como ignorância e preconceito, somados à insegurança da adolescência, podem ceifar vidas de jovens como Carl e Jaheem, que encontram na escola, no lugar de educação e amizades, tortura em uma verdadeira zona de combate.

Impressionante como, hoje, insultos e perseguição com base em raça sejam prontamente punidos nos EUA - o que levaria, certamente, à expulsão dos bullies - mas ainda exista tanto a se avançar no que diz respeito a perseguição por orientação sexual. Talvez isso ocorra porque estas podem ser baseadas na percepção dos outros. Não sei...

É preciso, urgentemente, reformular as políticas anti-bullying das escolas e criar leis severas que coibam esse tipo de prática. Hoje, 39 estados americanos - entre eles, o da Pennsylvania - já têm alguma forma de diretriz ou política contra perseguição verbal, mental e física, mas o caminho a seguir é longo, especialmente porque os jovens estão declarando suas preferências sexuais cada vez mais cedo.

Além disso, perseguir esses jovens por suas orientações sexuais significa passar a mensagem de que ser gay é errado e condenável, o que pode ter - como tem tido - efeito devastador sobre milhares de adolescentes que, todo ano, se matam ou são mortos em função disso.

Tem um site bem bacana aqui nos EUA, chamado Stop bullying now (Pare com o bullying agora), com informações e legislação sobre o assunto.

Bilionário Richard Branson tem novo adereço: modelo nua no pescoço!

Sim, eu sei. O nome do blog é Conexão Rio-Pittsburgh. Mas, como nos preparamos agora para uma longa temporada na terra da dona rainha - e, claro, o via Londres continua, firme e forte, no subtítulo - achei que valia a pena o registro.

É notório que o bilionário Richard Branson adora aparecer, só que, desta vez, ao que parece, a melancia no pescoço não foi idéia dele, mas sim de Stephane Gautronneau, o fotógrafo responsável pelos cliques. A última do ricaço foi posar para uma sessão de fotos com uma modelo nua em pelo pendurada - literalmente - no pescoço. Entre outras coisas, claro. A peladona, que se chama Denni Parkinson, é namorada de Gautronneau.

A sessão de fotos completa pode ser vista aqui, nessa matéria do Daily Mail.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

É grave a crise: recessão aumenta casos de maus tratos em crianças

Triste. A crise econômica está fazendo novas vítimas a cada dia - entre elas, crianças. Matéria da Reuters mostra que, em alguns estados, houve um forte aumento nos casos de maus tratos em crianças, um dramático efeito colateral da crise, que vai desde bebês com costelas fraturadas a meninos e meninas que deixaram de receber medicação vital para a saúde pois os pais não podem mais arcar com os seus pesados custos.

O Children's Hospital de Boston costuma ter 1.500 casos do gênero todo ano. Em 2008, no entanto, esse número subiu para 1.800. Em Illinois, apenas no ano passado, houve um aumento de 5,8% nos casos de maus tratos e, em Chicago, os números subiram em 9%. Triste, muito triste.

United Airlines: passageiros obesos terão que comprar dois assentos

Acabei de ler que a United Airlines vai passar a cobrar dois assentos de passageiros obesos. A medida, que entra em vigor imediatamente, é a reposta da companhia às centenas de reclamações de outros viajantes que já tiveram seus espaços invadidos pelos companheiros de poltrona.

Matéria da CNN mostra que a empresa recebeu mais de 700 reclamções do tipo apenas no ano passado.

A notícia surpreende. Especialmente em se tratando de Estados Unidos, onde a onda do politicamente correto impera e todo mundo pisa em ovos para não discriminar esse ou aquele grupo.

Vale lembrar que, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDCP, na sigla em inglês), 34% dos americanos são obesos.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

IR para presidente ver: o casal Obama ganhou mais de US$ 2,6 milhões no ano passado

E por falar em Imposto de Renda, a Casa Branca divulgou hoje a declaração de IR do presidente Barack Obama e da primeira-dama, Michelle Obama (a cópia está na imagem ao lado). Juntos, seus rendimentos somaram US$ 2,656 milhões - a maior parte, fruto da venda dos livros do presidente popstar, que figuraram por meses nas listas dos mais vendidos.

Parece uma fortuna. E é, mas fica bem abaixo do que os Obama ganharam em 2007: US$ 4,2 milhões (mais uma vez, a maior parte veio dos royalties dos livros). Vale lembrar que o americano médio tem uma renda anual de cerca de US$ 50 mil.

De acordo com os dados divulgados hoje pela Casa Branca, apenas as cópias de "The Audacity of Hope" e "Dreams from My Father" renderam US$ 2,5 milhões ao presidente no ano passado. Como senador pelo estado de Illinois, ele recebeu pouco mais de US$ 139 mil. Já a primeira-dama foi paga US$ 62,7 mil pelos hospitais da Universidade de Chicago, onde trabalhava como executiva. O casal Obama pagou US$ 855,3 mil em impostos e doou US$ 172 mil para obras de caridade.

Aqui é possível conferir a declaração dos Obama na íntegra.

Hora de acertar as contas com o Leão do Imposto de Renda ou A hora do chá!

Hoje é o chamado Tax Day aqui nos EUA: à meia-noite, daqui a uma hora, vence o prazo para enviar a declaração de Imposto de Renda (IR). Sempre tive - e, afinal, quem não tem? - uma certa implicância em relação ao Leão do IR. Primeiro, quando trabalhava no site. Eu era responsável pela página de Imposto de Renda e sempre tinha que importunar alguém da Receita Federal para entender e escrever sobre a temida declaração e também para esclarecer as dúvidas dos internautas. Esse tempo não deixou saudade. Na verdade, deixou foi muito cabelo branco!

Depois, já no jornal, tive um refresco, mas continuava a sofrer com o Leão como contribuinte, o que não é pouco. Como eu sofria na época de acertar as contas com a Receita! E também na hora de ver a mordida no meu salário mês-a-mês... Só que eu era feliz e não sabia. Agora, o temido Leão ruge não apenas em português, mas em inglês também (e com dois sotaques: americano e inglês!). Pois é. Este ano, estamos declarando imposto no Brasil, nos EUA e na Inglaterra. Ninguém merece.

Por todo o país, não faltaram protestos ao Tax Day. Milhares de americanos - em sua maioria, conservadores republicanos - foram às ruas no chamado Tax Day Tea Party, para protestar contra o pacote de estímulo econômico e a possibilidade de um aumento nos impostos para bancar a ajuda dada a montadoras e bancos. Em Washington, os manifestantes conseguiram arremessar uma caixa de chá pela cerca da Casa Branca. Aqui em Pittsburgh, mais de mil pessoas foram à Market Square protestar. Os eventos em todo o país foram organizados no Facebook e no Twitter - com uma mãozinha, claro, da FoxNews (quem mais?).

Nessa Tea Party (festa do chá em bom português) moderna, TEA significa, segundo os manifestantes, Taxed Enough Already (algo como Já Pagamos Impostos Demais). Para quem não lembra, a festa do chá original aconteceu em 1773, quando milhares de caixas de chá foram jogadas nas águas do porto de Boston, em protesto às elevadas taxas cobradas pelo governo britânico. O evento foi chave para a Revolução Americana. Desta vez, no entanto, tinha até cartaz com os dizeres: Fora com o Socialismo!

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Paul Krugman: não se deve zombar gente maluca

Ainda sobre a Tax Day Tea Party... Na segunda-feira, Paul Krugman criticou as Tea Parties no seu artigo no New York Times. Com a palavra, o mestre:

"Dá vergonha observar o comportamento dos republicanos. E não parece ser a coisa certa zombar de gente maluca. Melhor, talvez, seja nos concentrarmos nas discussões reais, que estão entre os democratas. Mas, veja só: o partido republicano parecia tão maluco há dez ou 15 anos quanto agora. E isso não evitou que os republicanos tomassem o controle tanto do Congresso quanto da Casa Branca. E eles podem voltar ao poder se os democratas fraquejarem".

Flu (gripe) no olho dos outros é refresco

Após um mês fora do radar, estou de volta! E prometendo tomar a vacina da flu (influenza) sem falta no inverno do ano que vem.

Embora este ano a flu season (algo como temporada da gripe em bom português) não tenha registrado número recorde de doentes como foi o caso no ano passado, com 639 infectados pelo vírus e mais de 1.500 suspeitos de terem contraído a doença, ainda assim essa temporada foi um duro baque na região.

Até hoje, o Condado de Allegheny - que inclui a cidade de Pittsburgh, além de Duquesne, McKeesport e Clairton - contabiliza 193 casos confirmados de influenza e centenas de suspeitas da doença. Com a chegada da primavera, há pouco mais de três semanas, o número de novas pessoas infectadas pelo vírus influenza vem caindo drasticamente. Ainda bem.

A flu se parece muito com um refriado comum no início - pelo menos, foi assim comigo - mas evolui rapidamente para um quadro de febre, vômito, dor-de-cabeça, faringite, dores musculares, fraqueza e acessos de tosse. Não é mole não.

Pior: este ano, a flu está demorando muito para passar, mesmo com a ajuda de poderosos antibióticos. Segundo a enfermeira que me atendeu da última vez, foi a pior flu season (em tempo em que as pessoas ficaram doentes) em dez anos. Após passar a maior parte do último mês de cama, com todos os sintomas, não tenho como duvidar. De acordo com ela, as pessoas estão ficando, em média, umas três, quatro semanas doentes.

E, a coisa é grave. A influenza pode matar. Lembro que, no início do mês, um homem de 25 anos morreu aqui no Condado de Allegheny devido a problemas respiratórios decorrentes da infecção. O governo americano estima que 36 mil pessoas morram todo ano em função de complicações relacionadas ao vírus da influenza. Ano que vem, não perco a vacina de jeito algum!!!

Em tempo: descobri, durante a minha temporada de cama, que o Google criou uma ferramenta para mapear os casos de influenza nos Estados Unidos, o Flu Trends. Para conferir, basta clicar aqui.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Obama no show de Jay Leno

O presidente Barack Obama esteve ontem no programa The Tonight Show with Jay Leno, da NBC. Durante a entrevista, ele fez piada sobre a vida em Washington e o famoso primeiro-cão, explicou a gênese da crise pela milionésima vez e ainda defendeu - quem diria! - o secretário do Tesouro, Timothy Geithner.

Obama parecia bem à vontade durante a entrevista. Perguntado sobre o dia-a-dia em D.C., ele mostrou bom humor: disse que Washington é "como American Idol, mas todo mundo é Simon Cowell". Sobre o tão falado cachorro prometido às filhas, brincou dizendo que era "promessa de campanha".

O que surpreendeu foi a defesa do presidente a Geithner, cuja cabeça está sendo pedida por Deus e o mundo por conta do rolo com os bônus da AIG. Obama disse que o secretário é inteligente, está fazendo um trabalho fantástico que não é apreciado e que as pessoas não entendem os problemas que ele herdou da administração anterior. Por essa, acho que ninguém esperava.

Obama voltou a questionar os bônus milionários pagos aos executivos da AIG. "Quem, em sã consciência, quando uma companhia está decretando falência, decide pagar uma monte de bonificações?", questionou. Mas, quando Leno perguntou se os executivos não deveriam ir para a cadeia pelos erros cometidos, o presidente mostrou sua frustração dizendo que o pior de tudo era que a maior parte do que ocorreu - e levou a uma crise financeira sem precedentes - está dentro da lei.

Gafe e preconceito

Estava demorando, mas seguindo a tradição de seu antecessor, George W. Bush, Obama meteu os pés pelas mãos ao comentar sobre a pista de boliche da Casa Branca. Leno perguntou se a pista tinha sido queimada e fechada - Obama se mostrou um péssimo jogador de boliche durante a campanha, para quem não lembra.

O presidente disse que estava praticando boliche, mas que era como se estivesse nas Paraolimpíadas! A platéia riu, claro.

Mas foi feio, muito feio.

Com certeza foi também um prato cheio para os republicanos e não vai faltar gente caindo na pele de Obama por isso. A gafe, claro, já parou no YouTube:

quarta-feira, 18 de março de 2009

Harakiri na AIG

O povo está furioso e essa história da AIG ainda vai render muito. Esta semana, o senador Charles Grassley, do estado de Iowa, sugeriu que os executivos da AIG se mirem na tradição japonesa no que diz respeito à novela dos bônus. Segundo ele, além de assumirem responsabilidade pelo colapso da seguradora, eles deveriam pedir desculpas ao povo americano e então, cometer harakiri!

Enquanto isso, na AIG...

Ah, já ia esquecendo. O presidente da AIG, Edward Liddy, disse hoje que está pedindo encarecidamente que os funcionários - que já estão até recebendo ameaças de morte por telefone - façam a coisa certa e devolvam à empresa parte do bônus que receberam. Tipo assim, metade do valor.

Sério? Essa eu quero ver.

Detalhe: 11 executivos que embolsaram mais de $ 1 milhão em bônus já deixaram a empresa e foram curtir a vida.

Washington Post: Fed sabia, mas não avisou a Obama sobre bônus da AIG

Como diria o Chacrinha, quem não se comunica, se trumbica. A edição desta quinta-feira do Washington Post traz na página A01 matéria que mostra que, embora soubesse há meses sobre os gordos bônus a serem pagos aos executivos da seguradora AIG, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nada disse à equipe do presidente Barack Obama.

Há menos de uma semana, a AIG distribuiu $ 165 milhões em bônus a seus executivos - os mesmos que levaram a empresa à enrascada atual e que obrigou o governo a liberar três polpudos pacotes de ajuda financeira de mais de $ 170 bilhões para evitar que a seguradora decretasse falência.

De acordo com matéria do Post, não apenas o Fed, mas também o Departamento do Tesouro sabia dos pagamentos. Segundo executivos da AIG ouvidos pelo jornal, o Fed teria sido avisado há três meses de que a companhia desembolsaria os $ 165 milhões no dia 15 de março, para pagar bônus de executivos de seu departamento financeiro.

Funcionários da AIG contam ao jornal que os bônus poderiam ter sido pagos na terça-feira passada, mas a empresa estava esperando o ok do governo - leia-se Fed, que estava revisando todos os contratos - para seguir em frente, o que só aconteceu no fim da semana. Com o ok do Fed e do Departamento do Tesouro, a empresa autorizou os pagamentos na sexta-feira, dia 13. Ou seja, tudo feito nos conformes, com o aval do governo americano.

O secretário do Tesouro, Timothy Geithner (foto acima), que costurou o pacote de ajuda financeira à AIG, deu uma de joão-sem-braço ontem e disse que não tinha idéia do valor dos bônus e nem de quando seriam pagos. Tá.

Segundo ele, o Fed não foi informado dos bônus até o dia 10 de março. E, quando souberam do tamanho do rolo, acharam melhor não tocar no vespeiro: o governo não poderia mexer em contratos (os bônus eram definidos em contrato) por serviços já prestados. O presidente Obama, ao que parece, só teria ficado sabendo da dinheirama no dia 12, ou seja, na véspera do pagamento. Agora todo mundo no governo chia e se diz ultrajado com a montanha de dinheiro paga aos executivos da AIG...

Mui amigos do presidente Obama esse Fed e esse Departamento do Tesouro, hein?

segunda-feira, 16 de março de 2009

Obama vai ao talk show de Jay Leno na quinta-feira

Essa é novidade. O apresentador Jay Leno, da NBC, conseguiu garfar uma entrevista exclusiva com o presidente Barack Obama. O bate-papo vai ao ar na quinta-feira, no The Tonight Show with Jay Leno. É a primeira vez que um presidente americano em exercício dá o ar da graça em um talk show. Obama vai aproveitar o espaço para falar sobre, claro, o plano de estímulo da economia americana.

Essa administração está trilhando um caminho nada tradicional no que diz respeito a exposição na mídia. No domingo, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deu entrevista ao programa 60 Minutes, da CBS. Ao que se tem notícia, foi a primeira vez em que um presidente da instituição aceitou dar entrevista. Já a primeira dama acaba de aparecer na capa da O Magazine, da apresentadora Oprah Winfrey.

No ano passado, o presidente George W. Bush até tinha feito uma aparição relâmpago (gravada na Casa Branca mesmo) no programa Deal or No Deal, da NBC, uma febre por aqui. Foi coisa rápida, de segundos mesmo, para desejar boa sorte para um militar que havia sido enviado para o Iraque várias vezes e tinha recebido as medalhas Purple Heart e Bronze Star.

Obama deu alguns passos à frente em relação ao presidente Gerald Ford que, na década de 70, disse a célebre frase "Live from New York, it's Saturday Night!", do programa Saturday Night Live apresentado por seu secretário de Imprensa, Ron Nessen. Obama está, definitivamente, no caminho certo para se tornar o mais pop dos presidentes americanos.

Em entrevista rara, presidente do BC dos EUA diz que recessão pode terminar em 2009

Para o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano, que regula e fiscaliza a maior economia do mundo), Ben Bernanke, a recessão pode terminar ainda este ano. Já a crise econômica começará a ficar para trás no início do ano que vem. Ontem à noite, em rara entrevista (ao programa 60 Minutes, da CBS) - presidentes do BC americano não costumam dar entrevista devido ao efeito que têm sobre os mercados -, mostrou os bastidores do Fed, visitou sua cidade natal, admitiu erros, se disse indignado com a situação da seguradora AIG e descartou a hipótese de que os EUA estejam próximos de uma nova Grande Depressão.

Bernanke disse que não ter salvo o banco de investimento Lehman Brothers - que quebrou no dia seguinte à venda da Merrill Lynch (orquestrada pelo Fed, que já tinha ajudado as gigantes do mercado de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, que passaram a ser controladas pelo governo) - só não foi um erro porque o Fed não tinha alternativas nem mecanismos necessários para evitar a falência. Mas, admitiu: "Lehman provou que não se pode deixar uma gigante financeira de atuação global quebrar no meio de uma crise financeira".

No dia seguinte à quebra do Lehman Brothers, o Fed emprestou $ 85 bilhões à seguradora AIG, que já recebeu um total de $ 160 bilhões do governo, em quatro diferentes pacotes de ajuda financeira. Apesar do rolo financeiro, a AIG distribuiu $ 165 milhões em bônus a seus executivos.

Bernanke disse que, de tudo que aconteceu nos últimos 18 meses, a intervenção na AIG é o que o deixa mais irritado, pois a companhia fez uma série de apostas equivocadas mas, ao mesmo tempo, deixá-la quebrar seria permitir a quebra de todo o sistema financeiro.

"Isso me deixa possesso. Bati o telefone várias vezes quando o assunto era a AIG. Eu entendo porque os americanos estão irritados (com a ajuda do governo)", afirmou.

A entrevista já está no YouTube. Aqui você vê a primeira parte:


Bernanke, que chefiou o Departamento de Economia de Princeton - onde se especializou na Grande Depressão - disse que os EUA chegaram perto de repetir a grande crise de 29, mas conseguiram conter o incêndio por pouco. Ele diz que graves equívocos na política monetária de então ajudaram a tornar a recessão de 29 numa crise de proporção global.

Segundo Bernanke, o Fed cometeu dois grandes erros à época. O primeiro foi permitir que a queda abrupta na oferta de moeda, o que levou a uma queda nos preços e à deflação. O segundo, disse ele, foi deixar que os bancos quebrassem - um erro que o Fed quer evitar a todo custo, especialmente no que diz respeitos aos maiores bancos do país.

"(À época) não foi feito nenhum esforço real para prevenir a quebra de milhares de bancos, o que teve efeitos perversos sobre o crédito e sobre a habilidade da economia voltar aos eixos", explicou Bernanke. "Hoje evitamos esse risco (de uma nova Grande Depressão). Acredito que passamos dessa fase e agora o problema é colocar a coisa toda (a economia) para funcionar da maneira correta de novo", acrescentou.

Segunda parte da entrevista:


Segundo o presidente do Fed, todos os grandes bancos regulados hoje pela instituição estão solventes. Ele disse ainda que não deixará que eles quebrem, como no passado.

Para Bernanke, um dos primeiros sinais de recuperação da economia poderá ser visto quando um dos grandes bancos conseguir levantar dinheiro no mercado - seja com aporte de capital ou com aquisição do negócio por outra instituição.

"Agora, quem tem dinheiro para investir está de fora dizendo: 'Não sabemos o quanto estes bancos valem. Não temos certeza de que eles estão estáveis'. E, por isso, eles não investem dinheiro nos bancos", explicou Bernanke.

Ao fim da entrevista, o presidente do Fed disse ter certeza de que a economia irá se recuperar de maneira sólida e sustentada.

"Tenho confiança de que, à medida em que passamos pela crise, a economia voltará a crescer e continuará a ser a mais poderosa e dinâmica do mundo", afirmou.

Abaixo, a terceira e última parte da entrevista:

terça-feira, 10 de março de 2009

New Yorker com Michelle Obama na capa

A nova edição de estilo da incensada revista New Yorker chega às bancas essa semana com a onipresente Michelle Obama na capa. Na ilustração, ela aparece na passarela como uma modelo, usando três roupas diferentes.

A revista traz um artigo com o título de Baring arms (algo como desnudando os braços) sobre a moda sem mangas da primeira dama. A capa é bem mais glamourosa e elogiosa do que a última passagem de Michelle Obama pela capa da New Yorker.

Em meados do ano passado a mesma revista publicou uma capa polêmica com o casal então candidato à presidência dos EUA. Nela, um muçulmano Obama de turbante divide a cena com sua esposa, que ostenta um gigante penteado afro na cabeça e uma metralhadora nas costas. O pano de fundo é o Salão Oval da Casa Branca.

À época, a revista explicou que a imagem, intitulada Política do Medo, era para satirizar o uso da desinformação e do medo na disputa presidencial para derrubar a campanha de Barack Obama. Muita gente criticou a revista por reforçar esses esteriótipos ao publicar a capa polêmica dos Obama.

Polêmica a parte, parece que o fascínio com o Michelle Obama está muito longe de acabar. Apenas nas últimas semanas, Obama apreceu na capa de revistas como Vogue, People e O, da apresentadora Oprah Winfrey (foi a primeira vez que Winfrey, que normalmente aparece sozinha nas edições, dividiu a capa com alguém).

E a octomom ainda dá o que falar

Essa história da mãe dos óctuplos ainda está rendendo pano para manga. Como sempre, todo dia tem novidade. Parece que Nadya Suleman estaria tentando vender um vídeo do parto por $ 1 milhão. Também, com 14 bocas para alimentar, qualquer troco é bem-vindo.

O apresentador Jimmy Kimmel, rápido no gatilho, não perdeu a chance de fazer piada e mostrou o "vídeo" do parto no seu último programa da semana passada. Ele está a cara de Suleman! Essa é para descontrair.



Abaixo, um dos primeiros vídeos de Kimmel como Suleman. Impressionante a semelhança.

Da série notícias bizarras 2: cheiro de ovo podre tem efeito de Viagra em homens

Essa deu no tablóide Sun, da Inglaterra (ok, admito, a terra da rainha Elizabeth II muitas vezes consegue bater as notícias bizarras que encontro por aqui). Aparentemente, o cheiro de ovos podres é capaz de produzir ereções. Um estudo publicado pela National Academy of Sciences (parece que a coisa é séria) mostra que o gás que evapora quando os ovos apodrecem é exatamente o mesmo que é liberado pelo órgão masculino quando os homens se preparam para transar. Com o gás, os músculos da região relaxam, aumentando o fluxo sanguíneo e garantindo assim uma boa ereção. A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Nápoles, na Itália.

Como parece que o Viagra tradicional (sim, as indefectíveis pílulas azuis) não funciona com um terço dos homens, os ovos podres poderiam ser uma boa - se bem que indigesta - solução. Seria então Vieggra!

Como bem diria Shakespeare, "há algo de podre no Reino da Dinamarca". Ou melhor dizendo, na Itália.

Da série notícias bizarras que só acontecem aqui

Essa deu na semana passada na rede CBS. Uma mulher foi presa e acusada de mau uso do número de emergência 911 (normalmente para acidentes e casos graves, a exemplo do 190 brasileiro). Latreasa Goodman, a figura da foto ao lado, ligou para 911 não uma, mas três vezes, para denunciar a falta de Chicken McNuggets numa lanchonete McDonalds em Fort Pierce, Flórida. Indignada, ela reclamava que queriam lhe dar um McDouble no lugar dos calóricos pedacinhos de frango frito.

"É uma emergência. Se eu soubesse que eles não tinham McNuggets, eu não teria dado o dinheiro. Agora ela (a atendente do McDonald's) quer me dar um McDouble (cheeseburger duplo de carne vermelha), mas eu não quero, é uma emergência", disse Goodman na ligação.

Aqui, você pode ver a matéria que foi ao ar na CBS.

Fala sério. Em meio à maior crise desde a Grande Depressão, isso ainda é notícia?

terça-feira, 3 de março de 2009

Crise para quem, cara pálida? Em plena crise, Target vai abrir 27 lojas apenas no domingo

Enquanto uns demitem em massa, outros contratam. Acabei de ler no Financial Times que a Target (a Lojas Americanas do lado de cá) vai abir 27 novas lojas no domingo. Isso mesmo: 27 novas lojas num só dia. Serão criados mais de três mil postos de trabalho. Os novos pontos de venda ficam em 15 estados diferentes e têm um total de três milhões de metros quadrados.

Com isso, a Target, que amargou um Natal de corredores mais vazios, passa a ter 1.699 lojas em todo o país. Parece que a crise, pelo menos para a rede varejista, está ficando para trás.

U2 vira nome de rua em NYC

Há mais de 20 anos, o U2 lançou a música Where the streets have no name (onde as ruas não têm nome). Agora, eles emprestam nome a uma quadra da Rua 53, no centro de Manhattan, a U2 Way. A homenagem, feita pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, é temporária e foi feita para comemorar uma semana de apresentações no Late Show with David Letterman, que começou ontem e vai até sexta-feira. É na quadra que agora dá nome à U2 Way que o programa de Letterman é gravado.

"Nós estamos em algum lugar ao sul da Duke Ellington Way e ao norte da Joey Ramone Place. E nós somos a banda de onde as ruas não têm nome", disse o vocalista Bono.

Verdade. Em NYC, pouquíssimas ruas têm nome: a maioria ostenta apenas números. Uma correção: na verdade, Bono se referia a Duke Ellington Boulevard, não Duke Ellington Way, em Morningside Heights. Joey Ramone Place fica no East Village.

O baterista Larry Mullen, gaiato como sempre, mandou essa: "Eu esperava algo como Larry Mullen Circle, mas aceito U2 Way".

A banda - minha favorita entre as que ainda vivem - acaba de lançar um novo CD, No line on the Horizon.

Abaixo, o vídeo da primeira apresentação da banda no David Letterman, cantando Breathe.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Modelo desfila nua no Carnaval de São Paulo, com imagem de Obama e Lula pintada no corpo

Coisas (muito) bizarras acontecem em época de Carnaval. Estava lendo na internet que a modelo Viviane Castro desfilou em São Paulo pela escola X-9 usando apenas pintura corporal (as imagens podem ser vistas em detalhes aqui). Na coxa direita, ela ostentava uma caricatura do presidente Lula e, na esquerda, a do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Estou sem palavras.

Giselle Bundchen se casa com Tom Brady

Acabo de receber uma newsletter da revista semanal US Weekly dizendo que Giselle Bundchen e o jogador de futebol americano Tom Brady se casaram numa cerimônia íntima em Santa Monica, na Califórnia. Há alguns meses ela vem negando rumores de que os dois teriam ficado noivos. Diz a matéria que os três cachorros da modelo usavam coleiras da marca Dolce & Gabbana. Ó céus.

A matéria com os detalhes do casamento está no site da US Weekly.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Ainda sobre amamentação nos EUA - quando alimentar seu filho é caso de polícia (mesmo)

Engana-se quem pensa que a sexualização e a condenação da amamentação pública - como visto no caso recente da atriz Salma Hayek (na foto acima, amamentando um bebê africano em Serra Leoa) - é coisa de gente sem instrução. A apresentadora Barbara Walters, ícone do jornalismo americano, virou notícia há quase quatro anos quando, em seu programa, The View, ela disse ter ficado incomodada com uma mulher que estava amamentando seu filho ao seu lado, num avião.

Em protesto, centenas de mulheres - por aqui, chamadas de lactivists, misto de lactação com activista - foram às ruas de Nova York com seus bebês nos braços e os amamentaram em frente à sede da rede ABC, onde Walters trabalha. O apresentador e comentarista político Bill O'Reilly, da Fox News, saiu em defesa de Walters e também se disse ultrajado ao ver uma mulher amamentando em público.

Já vi várias mulheres sendo "convidadas" a amamentar no banheiro de restaurantes e lojas aqui nos Estados Unidos. Mas, vamos ser razoáveis: alguém, por acaso, come no banheiro? Além disso, banheiros não costumam ser os lugares mais limpos do mundo e, portanto, pouco indicados para se levar um recém-nascido.

Verdade seja dita, alguns hospitais americanos estão fazendo um belíssimo trabalho de educação quanto o assunto é amamentação. O Magee Women's Hospital aqui de Pittsburgh é um deles.

Oito horas após o parto da minha filha - que foi no início da madrugada - uma consultora de lactação do Magee foi até o meu quarto falar dos benefícios da amamentação, da importância de se amamentar um bebê prematuro, do aleitamento exclusivo, da necessidade de se usar a bomba elétrica no início para aumentar a produção de leite, etc.

E, nos três meses que minha filha passou na UTI neonatal, elas estavam de plantão dia e noite para tirar dúvidas pessoalmente ou por telefone. Ainda assim, a mentalidade americana - praticidade, praticidade, praticidade - estava lá. Várias vezes tive que comprar briga com as enfermeiras que insistiam em deixar algumas garrafinhas de fórmula no quarto da minha filha, just in case.

Escutei algumas vezes de enfermeiras: "Ah, uma garrafinha de fórmula não faz mal se vc quiser um dia dormir até mais tarde e não puder estar aqui ou o seu estoque de leite (que ficava num congelador na UTI) acabar de madrugada". Ou seja, o conflito que vivíamos diariamente naquela UTI era o mais puro exemplo das contradições que cercam a amamentação aqui nos EUA.

O tema da amamentação é bastante controverso. A revista BabyTalk - na linha da brasileira Pais e Filhos - foi muito criticada há dois anos e meio por publicar na capa a foto de um bebê sendo amamentado. O seio mal estava à mostra, como se pode ver na imagem ao lado. Mas, numa pesquisa feita junto a 4 mil leitores (em sua maioria, mães), mais de 25% disseram que a capa era "sexual demais, negativa, imprópria e ofensiva".

Em 2007, o site MySpace.com retirou do ar várias imagens de mulheres amamentando seus filhos por considerá-las impróprias e "sexuais demais", além de "violar as políticas do site em relação a nudez e imagens que sugerem sexo". Tudo começou com Melissa Rocks. A foto ao lado foi retirada do site diversas vezes pois sempre que era deletada, Rocks a publicava novamente. Por fim, o MySpace.com ameaçou deletar seu perfil caso ela não parasse de colocar a foto no site.

Amamentar dá cadeia

Fato é que amamentar na terra do Tio Sam pode ser mesmo um caso de polícia. Literalmente. Em 2003, no Texas, a peruana Jacqueline Mercado perdeu temporariamente a guarda dos seus filhos após mandar revelar fotos em que os amamentava. Um funcionário da loja onde as imagens foram reveladas denunciou Mercado e o pai das crianças, Johnny Fernandez, por "ato sexual com menor", crime com pena de até 20 anos de prisão. Ela levou seis meses para recuperar a guarda das crianças.

A questão é que não há leis claras proibindo a amamentação em público nos EUA - na verdade, apenas dois estados têm leis com restrições a respeito: Illinois e Missouri - e é aí que mora o perigo. Sem legislação clara que proteja o direito das mulheres amamentarem em público, as mães ficam a mercê dos donos dos estabelecimentos, que podem pedir que se retirem, por exemplo. Caso se neguem a deixar o local, podem ser presas por invasão de propriedade. Se estiverem num parque, podem ser denunciadas por cidadãos que se sentirem ofendidos por atentado ao pudor.

Trocando em miúdos: você tem direito de fazer o que quiser, se não for proibido por lei, mas como a própria lei não protege esse seu direito com regras claras para a amamentação em público, exercê-lo é limitado à boa vontade alheia. É uma zona cinzenta que dá margem a casos como o da mãe peruana.

Também no Texas, há dois anos uma mulher foi ameaçada de expulsão da Casa Ronald McDonald de Houston porque estava amamentando o filho de 17 meses nas áreas comuns do prédio. Detalhe: o menino tinha acabado de ser operado de um tumor no cérebro e estava chorando de dor e a único alimento que ele podia tolerar era o leite materno. Como o quarto da família ficava no terceiro andar do prédio e o elevador era antigo e bastante lento, a mãe decidiu amamentá-lo assim que entou na casa.

Quem já teve um filho pequeno submetido a cirurgia, como eu, aprende que, por causa da anestesia geral, a única coisa que as crianças podem ingerir - fora soro - nas primeiras horas do pós-operatório é leite materno, que é facilmente digerido pelo organismo, sem maiores complicações, ao contrário de fórmula e papinha. E, quando voltam da cirurgia, as crianças estão assustadas pois a anestesia as deixa grogues e elas acordam longe dos pais. Então, o peito, além de alimentar, as acalma.

No Texas, uma mulher pode amamentar seu bebê em qualquer local em que sua presença seja permitida. No entanto, não há penas para a violação desse direito, como acontece na maioria dos estados. Há alguns anos, em Vermont - que protege o direito da mãe de amamamentar - Emily Gillette foi explusa de um vôo da Freedom Airlines pois amamentava seu filho a bordo.

Aqui na Pennsylvania não há leis que garantam à mulher o direito de amamentar em público. Por isso, há dois anos, os seguranças do shopping Berkshire Mall, em Wyomissing, pediram que Leigh Bellini se cobrisse ou deixasse o local. À época, ela disse que o seio estava perfeitamente coberto, o que não justificava a abordagem da segurança do local. Dias depois, centenas de mães foram ao shopping e amamentaram seus bebês em público, em protesto.

A última polêmica em torno da amamentação diz respeito à atriz Kelly Rutherford (foto ao lado), da série Gossip Girl. Ela, que está grávida do segundo filho, enfrenta um divórcio conturbado. O marido pede a guarda do primogênito e, entre as justificativas, diz que não é normal ela ainda amamentar o menino, de dois anos. Quando o assunto veio a público, choveram críticas à atriz.

Enquanto a sociedade americana não mudar a mentalidade em relação à amamentação, vai ser complicado querer que cada vez mais mulheres amamentem seus filhos, o que garante poderosos anticorpos às crianças, que ficam menos doentes (minha filha, por exemplo, nunca teve uma simples gripe, apesar de nascer super prematura). Amamentar também diminui o risco de obesidade infantil e hipertensão, ajuda a regular os intestinos dos bebês, fortalece os músculos faciais, reduz a chance de a criança desenvolver alergias, entre outras coisas. Para as mães, ajuda a queimar calorias e ainda acelera a volta do útero à posição original devido às contrações geradas pelo movimento de sucção. Mais que tudo isso: é um ato de amor que ajuda a aproximar mãe e filho.

Por tudo isso, iniciativas de instituições como La Leche League (LLL) - organização que incentiva a amamentação aqui nos EUA, num trabalho parecido com o Amigas do Peito no Brasil - são tão importantes. A LLL estimula a amamentação, tem consultoras que ajudam as mães a enfrentar problemas comuns na lactação de recém-nascidos, fóruns onde mães podem trocar experiências e livros que ajudam a tirar dúvidas.

A LLL faz um belo trabalho também de conscientização de mães adotivas: sim, caso desejem, elas também podem amamentar seus filhos.

Mais informações sobre como amamentar bebês adotivos podem ser encontradas no site Adoption.com.

EUA, onde amamentar é tabu

Quando o assunto é amamentação, os Estados Unidos são o mais puro símbolo da contradição. Ao mesmo tempo em que o país quer mais mulheres amamentando, os conservadores americanos sexualizam a amamentação e condenam quem opta pelo aleitamento prolongado (isto é, além do primeiro ano de vida do bebê) ou a simples amamentação em local público. Se você ainda dá o peito a seu filho de mais de seis meses, está arriscada a receber fulminantes olhares reprovadores pois isso não é encarado como algo natural - pois, aos seis meses, a criança já pode comer papinha.

O programa Off Q, do canal WQED, conhecido por dissecar os assuntos mais quentes e polêmicos da semana, dedicou boa parte da edição de hoje à notícia de que a atriz Salma Hayek havia amamentado um bebê africano em visita recente a Serra Leoa, na África. Como a mãe não tinha mais leite e a criança chorava de fome, Hayek - que ainda amamenta a filha Valentina, de 17 meses - não pensou duas vezes e levou o bebê ao peito.

Um dos vídeos com a visita e imagens da atriz amamentando o pequeno já teve mais de cem mil acessos no You Tube. Aqui nos EUA, houve quem apoiasse a decisão da Hayek de alimentar o bebê recém-nascido. Mas, em geral, vi mais críticas do que elogios. A questão não está tanto em amamentar outra criança que não sua filha, já que a amamentação cruzada não é recomendada aqui nos EUA pois a mulher pode passar algumas doenças, como o vírus HIV, para o bebê.

O que chocou foi o fato de que Hayek ainda está levando a filha de um ano e meio ao peito. Teve quem dissesse que isso não era normal, mas sim imoral, impróprio, um símbolo de exploração infantil (os americanos adoram a palavra abuse) e até mesmo um sinal de incesto.

A questão é que os americanos sexualizaram a amamentação e não conseguem encarar com naturalidade o que é, por si só, natural: somos mamíferos e, como tais, amamentamos nossos filhotes, assim como tantos outros animais.

No ano passado, Angelina Jolie também causou enorme polêmica quando apareceu na capa da revista W com parte do seio descoberto. Na foto, via-se uma mãozinha de bebê repousando no colo da atriz, que acabara de dar à luz gêmeos. Choveram críticas. A foto foi classificada como imprópria e de mau gosto, entre outras coisas.

Nos dois casos, houve quem achasse que o problema está no fato de Hayek e Jolie serem dois símbolos sexuais e, por isso, a visão das suas amamentando é um banho de água fria nas fantasias masculinas.

Cá com os meus botões, acho que o buraco é bem mais embaixo. Como mãe a favor da amamentação prolongada - amamentei minha filha até os 16 meses - tenho frescos na memória os olhares de reprovação de outras mulheres quando, por força das circunstâncias, tinha que dar o peito em público.

Veja bem, como dizem uns amigos, nunca fui muito fã do estilo Animal Planet que é tão condenado por aqui: sempre dava o peito perfeitamente coberta, usando uma mantinha sobre o bebê (como, aliás, fazem várias americanas; é difícil de ver alguém aqui amamentando descoberta, como no Brasil). Não importava. A visão de uma mulher amamentando em público é, em geral, ultrajante para os americanos mais conservadores, que classificam o ato como sexual. No entanto, isso não deixa de causar estranheza, especialmente porque, para muitos americanos, sexo oral não é considerado sexo - basta lembrar do ex-presidente Bill Clinton e suas justificativas sobre o caso Monica Lewinski. Então, por que amamentar seria sexual?

Healthy People 2010

A questão toda bate de frente com as ambiciosas metas do governo americano estabelecidas no programa Healthy People 2010, entre elas, um aumento no número de mães que amamentam. Ele inclui uma série de iniciativas que têm como objetivo tornar a população mais saudável, assim como aumentar sua qualidade de vida.

Dados do governo mostram que, há dez anos, 64% das americanas amamentavam seus bebês recém-nascidos. O objetivo do programa é elevar essa taxa para 75% no ano que vem. Em 1998, 29% davam o peito aos filhos até que eles completassem seis meses de vida e 16% até um ano. A meta é que esses números cheguem a 50% e 25%, respectivamente. Vai ser difícil se a mentalidade do americano médio não mudar e amamentar continar sendo um tabu.

Abaixo, o vídeo de Hayek amamentando o bebê africano.

Bolsa eletrônica Nasdaq decide deixar de negociar ações de empresa de Donald Trump

A Trump Entertainment Resorts, que administra, entre outras coisas, os cassinos do bilionário Donald Trump em Atlantic City, não terá mais suas ações negociadas na bolsa eletrônica Nasdaq. A companhia recebeu hoje um comunicado da Nasdaq avisando que, a partir da próxima quinta-feira, os papéis não farão mais parte do pregão. De acordo com agências de notícias, a empresa não pretende contestar a decisão.

As ações da Trump Entertainment Resorts, que chegaram a valer $ 4.39 há cerca de um ano, são negociadas hoje a $ 0.10. A companhia enfrenta dificuldades financeiras desde 2004 e há três dias, deu entrada - pela terceira vez! - num pedido de falência. Há uma semana seu presidente, Donald Trump, deixou a presidência. Ele pretendia comprar a empresa e transformá-la de pública em privada.

A Trump Entertainment Resorts recorreu ao chamado capítulo 11 da lei de falências americana. Ele permite que companhias - e mesmo pessoas físicas - em dificuldades financeiras dêem entrada no processo de renegociação de dívidas enquanto mantém suas operações normalmente, o que lhes dá mais tempo para costurar um acordo com os credores. Na maioria dos casos, o dono do negócio se mantém à frente da empresa.

No entanto, normalmente as companhias abertas que entram com pedido de falência usando o capítulo 11 acabam tendo suas ações limadas das negociações em bolsa.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ainda sobre a charge racista do New York Post envolvendo o presidente Obama

Num comunicado enviado à imprensa, o editor-chefe do New York Post, Col Allan, disse que a charge publicada na edição de hoje e considerada racista é, na verdade, "paródia óbvia de uma notícia recente, que faz menção à morte a tiros de um chimpanzé violento em Connecticut".

De acordo com matéria da agência de notícias Associated Press, Allan afirmou que a charge "faz piada das tentativas de Washington de estimular a economia". No desenho, o cartunista Al Sharpton faz uma associação entre o presidente Barack Obama e um chimpanzé.

Inacreditável.

Os detalhes sobre a charge podem ser vistos neste post anterior.

Deu na CNN: Northwest Airlines vai servir pênis, isto mesmo, pênis (!) a bordo

Mudando um pouco de clima, um amigo acaba de me mandar um vídeo que foi ao ar na CNN na segunda-feira. Numa matéria sobre protestos sobre a volta do amendoim ao cardápio da Northwest Airlines, a repórter Zain Verjee se enrolou e na hora de falar amendoim (peanut, em inglês) e disse pênis (penis, em inglês) não uma, mas várias vezes.

A matéria era para dizer que passageiros com alérgicos estavam revoltados com a decisão da empresa de servir amendoins como aperitivos em seus vôos, a exemplo do que a Delta vinha fazendo há anos. No fim do ano passado, a Delta, cuja sede fica na Geórgia, foi comprada pela Northwest. A Geórgia é a maior região produtora de amendoins do país.

Detalhe: desde o início de janeiro os EUA enfrentam agora o recall de centenas de produtos que contém amendoim após um surto de salmonela deixar mais de 600 pessoas doentes e nove mortos em 44 estados americanos. Quase dois mil produtos foram retirados do mercado, num dos maiores recalls já feitos no país.

Voltando à matéria da CNN... Verjee é jornalista com anos de estrada e âncora do programa The Situation Room, gravado ao vivo, daí a confusão da repórter não ter sido censurada antes de ir ao ar.

Abaixo, o vídeo da confusão.

Isso me lembra, aliás...

Lembro que, em outubro do ano passado, durante a campanha de Sarah Palin aqui na Pennsylvania, um dos republicanos que participava de um evento na cidade de Johnstown, ganhou as páginas dos jornais locais por ter feito comentários racistas sobre o então candidato à presidência Barack Hussein Obama.

O homem "brincou" com as câmeras mostrando um boneco de pelúcia do Curious George (um macaquinho simpático que dá nome a uma série de livros para crianças editada por aqui desde a década de 40) que tinha um adesivo do Obama na testa. "Esse é o pequeno Hussein", disse ele, depois rindo junto com outros republicanos.



Durante a campanha presidencial, o democrata John Murtha (PA) gerou muita controvérsia ao dizer que o oeste da Pennsylvania (ele, aliás, mora em Johnstown, mesmo lugar onde filmaram o republicano com o boneco de pelúcia) é racista, o que poderia reduzir as chances de Obama na região. Pittsburgh é a maior das cidades da região e por aqui e nas cidades vizinhas moram muitos veteranos de guerra e idosos - quase 70%, são brancos -, o que para muita gente explica mas não justifica o preconceito.

A verdade é que, durante as muitas matérias que foram feitas na época das eleições sempre acabava aparecendo um ou outro eleitor dizendo que, acredite, "não era racista, mas não estava preparado para ter um negro como presidente". (!)

Lamentável.

New York Post publica charge racista sobre Obama

Inacreditável. As edições impressa e online do jornal New York Post publicaram hoje uma charge na sua seção editorial de conotação racista, que atinge o presidente Barack Obama. Na página 12 da edição desta quarta-feira, o desenho de Sean Delonas mostra um policial diz ao seu colega, que acabou de matar um chimpanzé: "Agora vão ter encontrar outro para redigir o próximo pacote de estímulo econômico". No lado oposto, na página 11, há uma foto do presidente assinando o novo plano, sua primeira vitória no Legislativo.

A página com a charge posse ser vista aqui.

A imagem é uma referência ao chimpanzé Travis, de 15 anos e quase 80 kg, que foi morto na noite de segunda-feira por policiais em Stamford, Connecticut, após atacar uma amiga de seu dono. Travis era famoso por aqui por ter aparecido em comerciais da rede de lojas Old Navy (cuja dona é a Gap) e da Coca-Cola, além ter participado de vários talk shows e seriados.

A associação entre negros e macacos é antiga e vergonhosa. Tem gente falando em boicotar o jornal, que tem um viés sensacionalista e vende pouco mais de 600 mil exemplares durante a semana, o que faz dele o sexto maior dos EUA.

Estou sem palavras.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Com dinheiro e sem fé



A coisa não está nada boa. No primeiro dia de negócios no mercado financeiro - ontem foi feriado pelo Dia dos Presidentes - após a aprovação do pacote de estímulo econômico do governo Obama, as bolsas dos EUA chegaram a cair 4,5% (caso do índice S&P 500). Aparentemente, os investidores não estão levando fé de que o plano vá tirar a economia da UTI tão rápido quanto o pessoal em Washington espera.

Enquanto isso, em Detroit...

No mesmo dia em que o pacote foi transformado em lei pelo presidente Barack Obama, as montadoras Chrysler e GM - que já receberam US$ 17.4 bilhões - pediram que o governo estenda a mão mais uma vez e aumente o valor para US$ 39 bilhões. A GM, maior fabricante de automóveis do mundo, disse que pode ficar sem caixa no mês que vem e precisaria de US$ 4.6 bilhões para cobrir os próximos dois meses. A empresa anunciou o corte de 47 mil postos de trabalho em todo mundo (19% do total) e avisou que pode fechar as portas de mais cinco fábricas nos EUA.

A Chrysler não ficou atrás: vai demitir três mil e parar de produzir três modelos de veículos. Mas, foi mais modesta no pedido: quer uma ajuda de US$ 5 bilhões desta vez.

Para completar, o ex-presidente do Federal Reserve (o banco central americano) e guru financeiro Alan Greenspan disse hoje que a recessão global vai "certamente ser mais longa e mais profunda" do que a Grande Depressão da década de 30. Segundo ele, serão necessários mais recursos para estabilizar o sistema financeiro americano.

A matéria sobre Greenspan está aqui, na página da Reuters.

Já em Washington...

Ah, antes que me esqueça: o presidente Obama afirmou que o pacote é "o início do fim da crise". Só falta agora avisar ao resto do mundo.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Apesar do pacote Francês às montadoras, Renault decide eliminar 9 mil postos de trabalho

Essa foi rápida. Há quatro dias o governo francês aprovou um pacote de ajuda financeira às montadoras de 6,5 bilhões de euros (US$ 8,5 bilhões). Em troca, as empresas se comprometeram a não fazer demissões.

Bem, ontem a Renault avisou que vai demitir 9 mil funcionários até o fim do ano. Metade das vagas estão na França. Do total de demitidos, 6 mil sairão via programa de demissão voluntária.

Carlos Ghosn, presidente da empresa, já até soltou um habeas corpus preventivo: embora a Renault não pretenda fazer novas demissões, tudo vai depender de como a economia vai reagir nos próximos meses.

Já são nove os mortos no surto de salmonella

O surto de salmonella que teve início no fim do ano passado, nos EUA, fez nova vítima anteontem. Uma idosa da região de Medina, no estado de Ohio - aqui do lado, coisa de três horas de distância - entrou para as estatísticas como a nona morte registrada no país, de acordo com o Departamento de Saúde.

Mais de 600 pessoas - metade delas, crianças - já ficaram doentes em 44 estados americanos e 1.900 produtos que contêm amendoim sumiram das prateleiras. Esse é um dos maiores recalls já feitos no país.

O sanduíche de manteiga de amendoim com geléia, um dos favoritos das crianças, é quase uma instituição americana e um dos lanches mais levados às escolas, daí o terror da população com o recall e com qualquer notícia envolvendo amendoins.

A coisa toda começou na fábrica da Peanut Corp. of America (PCA), no estado da Geórgia. Os produtos que saíam da unidade não eram vendidos no varejo, no entanto, eram usados como ingredientes para outras marcas fabricarem cereais, biscoitos, bolos, sorvetes e outras guloseimas.

O órgão que regula e fiscaliza os setores de medicamentos e alimentos aqui nos EUA (FDA na sigla em inglês) já avisou para os consumidores tentarem reduzir o consumo de produtos que têm amendoim como um de seus ingredientes.

A PCA pediu concordata hoje. Segundo o Washington Post, há mais de duas décadas a empresa enfrentava problemas com a vigiância sanitária.

Há dois dias, seu presidente, Stewart Parnell, se negou a falar diante de um subcomitê de Energia e Comércio sobre as condições em sua fábrica e sobre o surto de salmonella.

Essa novela promete ser longa, arrastada e, infelizmente, devastadora para centenas de famílias americanas.

FT: Warren Buffet vai investir US$ 250 milhões na rede de joalherias Tiffany & Co.



Deu no Financial Times. A Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, vai investir US$ 250 milhões na rede de joalheria Tiffany & Co, símbolo do luxo e do glamour americano, como imortalizado no livro de Truman Capote - e depois em filme de Blake Edwards com Audrey Hepburn - Breakfast at Tiffany's (Bonequinha de luxo no título em português).

Buffet está aproveitando a crise para ir às compras, investindo em instituições como como Goldman Sachs (US$ 5 bilhões), General Electric (US$ 3 bilhões) e Harley-Davidson (US$ 750 milhões). Comparado com o que ele já desembolsou antes, o dinheiro da Tiffany parece troco.

Segundo a matéria o FT, a empresa foi duramente atingida pela crise e suas ações perderam um terço do valor desde setembro do ano passado. Buffet vai comprar títulos da Tiffany com vencimento em 2017 e 2019, que pagam juros anuais de cerca de 10%. Com o dinheiro investido, a joalheria vai refinanciar dívidas.

Congresso bate o martelo e aprova plano de ajuda financeira de US$ 787.2 bilhões

Na noite desta sexta-feira, o Congresso americano finalmente aprovou o pacote de estímulo econômico do governo de Barack Obama. O projeto, que começou orçado em mais de US$ 800 bilhões, foi fechado em US$ 787.2 bilhões. Agora, o texto final só precisa ser sancionado pelo presidente.

O pacote tinha sido aprovado pela Câmara dos Deputados daqui (House of Representatives) no dia 28 de janeiro e depois pelo Senado, em 10 de fevereiro. Como o texto havia sorido midificações, foi preciso aprovar uma versão final e harmônica. Com isso, os mais de US$ 800 bilhões originais encolheram para pouco menos de US$ 790 bilhões.

Numa ação conjunta, os bancos Morgan Stanley, Citibank, Bank of America, Wells Fargo, JP Morgan Chase disseram ainda que vão suspender temporariamente os processos de execução de hipotecas de mutuários inadimplentes. As instituições vão aguardar algumas semanas para ver o detalhamento do plano do governo.

Agora é esperar para ver como os mercados reagem na segunda-feira.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Caso Sean: após quatro anos e meio, pai e filho finalmente se reencontram



O caso Sean, de que falei há algumas semanas aqui deu uma guinada. E para a melhor, felizmente. Vi hoje na NBC - que fez, em janeiro, um especial de uma hora sobre o sequestro do menino americano pela mãe brasileira - que após quatro anos e meio o ex-modelo David Goldman conseguiu, finalmente, reencontrar o filho, Sean.

"Foi a coisa mais bonita que eu já vivenciei desde o nascimento dele", disse Goldman à NBC.

Para resumir um pouco a história, que está no post citado acima, Goldman casou com a brasileira Bruna Bianchi em Nova Jersey e, segundo ele, viveram felizes até que, em junho de 2004, ela viajou para o Brasil com o filho e nunca mais voltou. Já no Rio, conseguiu um divórcio unilateral de Goldman, se casou de novo e nunca permitiu que pai e filho se vissem ou se falassem novamente, embora sempre atestasse que o americano era excelente pai.

No ano passado, ela acabou morrendo de complicações do parto da segunda filha e o marido brasileiro quis assumir a paternidade de Sean e continuou impedindo todo e qualquer contato entre pai e filho. Até agora.

A história está no site do programa Today, da NBC, aqui. E na página do programa Dateline, que exibiu o especial de uma hora sobre o caso.

Vamos ver se a Justiça brasileira desfaz o nó dos últimos anos e devolve a guarda de Sean ao pai, como de direito.