quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Modelo desfila nua no Carnaval de São Paulo, com imagem de Obama e Lula pintada no corpo

Coisas (muito) bizarras acontecem em época de Carnaval. Estava lendo na internet que a modelo Viviane Castro desfilou em São Paulo pela escola X-9 usando apenas pintura corporal (as imagens podem ser vistas em detalhes aqui). Na coxa direita, ela ostentava uma caricatura do presidente Lula e, na esquerda, a do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Estou sem palavras.

Giselle Bundchen se casa com Tom Brady

Acabo de receber uma newsletter da revista semanal US Weekly dizendo que Giselle Bundchen e o jogador de futebol americano Tom Brady se casaram numa cerimônia íntima em Santa Monica, na Califórnia. Há alguns meses ela vem negando rumores de que os dois teriam ficado noivos. Diz a matéria que os três cachorros da modelo usavam coleiras da marca Dolce & Gabbana. Ó céus.

A matéria com os detalhes do casamento está no site da US Weekly.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Ainda sobre amamentação nos EUA - quando alimentar seu filho é caso de polícia (mesmo)

Engana-se quem pensa que a sexualização e a condenação da amamentação pública - como visto no caso recente da atriz Salma Hayek (na foto acima, amamentando um bebê africano em Serra Leoa) - é coisa de gente sem instrução. A apresentadora Barbara Walters, ícone do jornalismo americano, virou notícia há quase quatro anos quando, em seu programa, The View, ela disse ter ficado incomodada com uma mulher que estava amamentando seu filho ao seu lado, num avião.

Em protesto, centenas de mulheres - por aqui, chamadas de lactivists, misto de lactação com activista - foram às ruas de Nova York com seus bebês nos braços e os amamentaram em frente à sede da rede ABC, onde Walters trabalha. O apresentador e comentarista político Bill O'Reilly, da Fox News, saiu em defesa de Walters e também se disse ultrajado ao ver uma mulher amamentando em público.

Já vi várias mulheres sendo "convidadas" a amamentar no banheiro de restaurantes e lojas aqui nos Estados Unidos. Mas, vamos ser razoáveis: alguém, por acaso, come no banheiro? Além disso, banheiros não costumam ser os lugares mais limpos do mundo e, portanto, pouco indicados para se levar um recém-nascido.

Verdade seja dita, alguns hospitais americanos estão fazendo um belíssimo trabalho de educação quanto o assunto é amamentação. O Magee Women's Hospital aqui de Pittsburgh é um deles.

Oito horas após o parto da minha filha - que foi no início da madrugada - uma consultora de lactação do Magee foi até o meu quarto falar dos benefícios da amamentação, da importância de se amamentar um bebê prematuro, do aleitamento exclusivo, da necessidade de se usar a bomba elétrica no início para aumentar a produção de leite, etc.

E, nos três meses que minha filha passou na UTI neonatal, elas estavam de plantão dia e noite para tirar dúvidas pessoalmente ou por telefone. Ainda assim, a mentalidade americana - praticidade, praticidade, praticidade - estava lá. Várias vezes tive que comprar briga com as enfermeiras que insistiam em deixar algumas garrafinhas de fórmula no quarto da minha filha, just in case.

Escutei algumas vezes de enfermeiras: "Ah, uma garrafinha de fórmula não faz mal se vc quiser um dia dormir até mais tarde e não puder estar aqui ou o seu estoque de leite (que ficava num congelador na UTI) acabar de madrugada". Ou seja, o conflito que vivíamos diariamente naquela UTI era o mais puro exemplo das contradições que cercam a amamentação aqui nos EUA.

O tema da amamentação é bastante controverso. A revista BabyTalk - na linha da brasileira Pais e Filhos - foi muito criticada há dois anos e meio por publicar na capa a foto de um bebê sendo amamentado. O seio mal estava à mostra, como se pode ver na imagem ao lado. Mas, numa pesquisa feita junto a 4 mil leitores (em sua maioria, mães), mais de 25% disseram que a capa era "sexual demais, negativa, imprópria e ofensiva".

Em 2007, o site MySpace.com retirou do ar várias imagens de mulheres amamentando seus filhos por considerá-las impróprias e "sexuais demais", além de "violar as políticas do site em relação a nudez e imagens que sugerem sexo". Tudo começou com Melissa Rocks. A foto ao lado foi retirada do site diversas vezes pois sempre que era deletada, Rocks a publicava novamente. Por fim, o MySpace.com ameaçou deletar seu perfil caso ela não parasse de colocar a foto no site.

Amamentar dá cadeia

Fato é que amamentar na terra do Tio Sam pode ser mesmo um caso de polícia. Literalmente. Em 2003, no Texas, a peruana Jacqueline Mercado perdeu temporariamente a guarda dos seus filhos após mandar revelar fotos em que os amamentava. Um funcionário da loja onde as imagens foram reveladas denunciou Mercado e o pai das crianças, Johnny Fernandez, por "ato sexual com menor", crime com pena de até 20 anos de prisão. Ela levou seis meses para recuperar a guarda das crianças.

A questão é que não há leis claras proibindo a amamentação em público nos EUA - na verdade, apenas dois estados têm leis com restrições a respeito: Illinois e Missouri - e é aí que mora o perigo. Sem legislação clara que proteja o direito das mulheres amamentarem em público, as mães ficam a mercê dos donos dos estabelecimentos, que podem pedir que se retirem, por exemplo. Caso se neguem a deixar o local, podem ser presas por invasão de propriedade. Se estiverem num parque, podem ser denunciadas por cidadãos que se sentirem ofendidos por atentado ao pudor.

Trocando em miúdos: você tem direito de fazer o que quiser, se não for proibido por lei, mas como a própria lei não protege esse seu direito com regras claras para a amamentação em público, exercê-lo é limitado à boa vontade alheia. É uma zona cinzenta que dá margem a casos como o da mãe peruana.

Também no Texas, há dois anos uma mulher foi ameaçada de expulsão da Casa Ronald McDonald de Houston porque estava amamentando o filho de 17 meses nas áreas comuns do prédio. Detalhe: o menino tinha acabado de ser operado de um tumor no cérebro e estava chorando de dor e a único alimento que ele podia tolerar era o leite materno. Como o quarto da família ficava no terceiro andar do prédio e o elevador era antigo e bastante lento, a mãe decidiu amamentá-lo assim que entou na casa.

Quem já teve um filho pequeno submetido a cirurgia, como eu, aprende que, por causa da anestesia geral, a única coisa que as crianças podem ingerir - fora soro - nas primeiras horas do pós-operatório é leite materno, que é facilmente digerido pelo organismo, sem maiores complicações, ao contrário de fórmula e papinha. E, quando voltam da cirurgia, as crianças estão assustadas pois a anestesia as deixa grogues e elas acordam longe dos pais. Então, o peito, além de alimentar, as acalma.

No Texas, uma mulher pode amamentar seu bebê em qualquer local em que sua presença seja permitida. No entanto, não há penas para a violação desse direito, como acontece na maioria dos estados. Há alguns anos, em Vermont - que protege o direito da mãe de amamamentar - Emily Gillette foi explusa de um vôo da Freedom Airlines pois amamentava seu filho a bordo.

Aqui na Pennsylvania não há leis que garantam à mulher o direito de amamentar em público. Por isso, há dois anos, os seguranças do shopping Berkshire Mall, em Wyomissing, pediram que Leigh Bellini se cobrisse ou deixasse o local. À época, ela disse que o seio estava perfeitamente coberto, o que não justificava a abordagem da segurança do local. Dias depois, centenas de mães foram ao shopping e amamentaram seus bebês em público, em protesto.

A última polêmica em torno da amamentação diz respeito à atriz Kelly Rutherford (foto ao lado), da série Gossip Girl. Ela, que está grávida do segundo filho, enfrenta um divórcio conturbado. O marido pede a guarda do primogênito e, entre as justificativas, diz que não é normal ela ainda amamentar o menino, de dois anos. Quando o assunto veio a público, choveram críticas à atriz.

Enquanto a sociedade americana não mudar a mentalidade em relação à amamentação, vai ser complicado querer que cada vez mais mulheres amamentem seus filhos, o que garante poderosos anticorpos às crianças, que ficam menos doentes (minha filha, por exemplo, nunca teve uma simples gripe, apesar de nascer super prematura). Amamentar também diminui o risco de obesidade infantil e hipertensão, ajuda a regular os intestinos dos bebês, fortalece os músculos faciais, reduz a chance de a criança desenvolver alergias, entre outras coisas. Para as mães, ajuda a queimar calorias e ainda acelera a volta do útero à posição original devido às contrações geradas pelo movimento de sucção. Mais que tudo isso: é um ato de amor que ajuda a aproximar mãe e filho.

Por tudo isso, iniciativas de instituições como La Leche League (LLL) - organização que incentiva a amamentação aqui nos EUA, num trabalho parecido com o Amigas do Peito no Brasil - são tão importantes. A LLL estimula a amamentação, tem consultoras que ajudam as mães a enfrentar problemas comuns na lactação de recém-nascidos, fóruns onde mães podem trocar experiências e livros que ajudam a tirar dúvidas.

A LLL faz um belo trabalho também de conscientização de mães adotivas: sim, caso desejem, elas também podem amamentar seus filhos.

Mais informações sobre como amamentar bebês adotivos podem ser encontradas no site Adoption.com.

EUA, onde amamentar é tabu

Quando o assunto é amamentação, os Estados Unidos são o mais puro símbolo da contradição. Ao mesmo tempo em que o país quer mais mulheres amamentando, os conservadores americanos sexualizam a amamentação e condenam quem opta pelo aleitamento prolongado (isto é, além do primeiro ano de vida do bebê) ou a simples amamentação em local público. Se você ainda dá o peito a seu filho de mais de seis meses, está arriscada a receber fulminantes olhares reprovadores pois isso não é encarado como algo natural - pois, aos seis meses, a criança já pode comer papinha.

O programa Off Q, do canal WQED, conhecido por dissecar os assuntos mais quentes e polêmicos da semana, dedicou boa parte da edição de hoje à notícia de que a atriz Salma Hayek havia amamentado um bebê africano em visita recente a Serra Leoa, na África. Como a mãe não tinha mais leite e a criança chorava de fome, Hayek - que ainda amamenta a filha Valentina, de 17 meses - não pensou duas vezes e levou o bebê ao peito.

Um dos vídeos com a visita e imagens da atriz amamentando o pequeno já teve mais de cem mil acessos no You Tube. Aqui nos EUA, houve quem apoiasse a decisão da Hayek de alimentar o bebê recém-nascido. Mas, em geral, vi mais críticas do que elogios. A questão não está tanto em amamentar outra criança que não sua filha, já que a amamentação cruzada não é recomendada aqui nos EUA pois a mulher pode passar algumas doenças, como o vírus HIV, para o bebê.

O que chocou foi o fato de que Hayek ainda está levando a filha de um ano e meio ao peito. Teve quem dissesse que isso não era normal, mas sim imoral, impróprio, um símbolo de exploração infantil (os americanos adoram a palavra abuse) e até mesmo um sinal de incesto.

A questão é que os americanos sexualizaram a amamentação e não conseguem encarar com naturalidade o que é, por si só, natural: somos mamíferos e, como tais, amamentamos nossos filhotes, assim como tantos outros animais.

No ano passado, Angelina Jolie também causou enorme polêmica quando apareceu na capa da revista W com parte do seio descoberto. Na foto, via-se uma mãozinha de bebê repousando no colo da atriz, que acabara de dar à luz gêmeos. Choveram críticas. A foto foi classificada como imprópria e de mau gosto, entre outras coisas.

Nos dois casos, houve quem achasse que o problema está no fato de Hayek e Jolie serem dois símbolos sexuais e, por isso, a visão das suas amamentando é um banho de água fria nas fantasias masculinas.

Cá com os meus botões, acho que o buraco é bem mais embaixo. Como mãe a favor da amamentação prolongada - amamentei minha filha até os 16 meses - tenho frescos na memória os olhares de reprovação de outras mulheres quando, por força das circunstâncias, tinha que dar o peito em público.

Veja bem, como dizem uns amigos, nunca fui muito fã do estilo Animal Planet que é tão condenado por aqui: sempre dava o peito perfeitamente coberta, usando uma mantinha sobre o bebê (como, aliás, fazem várias americanas; é difícil de ver alguém aqui amamentando descoberta, como no Brasil). Não importava. A visão de uma mulher amamentando em público é, em geral, ultrajante para os americanos mais conservadores, que classificam o ato como sexual. No entanto, isso não deixa de causar estranheza, especialmente porque, para muitos americanos, sexo oral não é considerado sexo - basta lembrar do ex-presidente Bill Clinton e suas justificativas sobre o caso Monica Lewinski. Então, por que amamentar seria sexual?

Healthy People 2010

A questão toda bate de frente com as ambiciosas metas do governo americano estabelecidas no programa Healthy People 2010, entre elas, um aumento no número de mães que amamentam. Ele inclui uma série de iniciativas que têm como objetivo tornar a população mais saudável, assim como aumentar sua qualidade de vida.

Dados do governo mostram que, há dez anos, 64% das americanas amamentavam seus bebês recém-nascidos. O objetivo do programa é elevar essa taxa para 75% no ano que vem. Em 1998, 29% davam o peito aos filhos até que eles completassem seis meses de vida e 16% até um ano. A meta é que esses números cheguem a 50% e 25%, respectivamente. Vai ser difícil se a mentalidade do americano médio não mudar e amamentar continar sendo um tabu.

Abaixo, o vídeo de Hayek amamentando o bebê africano.

Bolsa eletrônica Nasdaq decide deixar de negociar ações de empresa de Donald Trump

A Trump Entertainment Resorts, que administra, entre outras coisas, os cassinos do bilionário Donald Trump em Atlantic City, não terá mais suas ações negociadas na bolsa eletrônica Nasdaq. A companhia recebeu hoje um comunicado da Nasdaq avisando que, a partir da próxima quinta-feira, os papéis não farão mais parte do pregão. De acordo com agências de notícias, a empresa não pretende contestar a decisão.

As ações da Trump Entertainment Resorts, que chegaram a valer $ 4.39 há cerca de um ano, são negociadas hoje a $ 0.10. A companhia enfrenta dificuldades financeiras desde 2004 e há três dias, deu entrada - pela terceira vez! - num pedido de falência. Há uma semana seu presidente, Donald Trump, deixou a presidência. Ele pretendia comprar a empresa e transformá-la de pública em privada.

A Trump Entertainment Resorts recorreu ao chamado capítulo 11 da lei de falências americana. Ele permite que companhias - e mesmo pessoas físicas - em dificuldades financeiras dêem entrada no processo de renegociação de dívidas enquanto mantém suas operações normalmente, o que lhes dá mais tempo para costurar um acordo com os credores. Na maioria dos casos, o dono do negócio se mantém à frente da empresa.

No entanto, normalmente as companhias abertas que entram com pedido de falência usando o capítulo 11 acabam tendo suas ações limadas das negociações em bolsa.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ainda sobre a charge racista do New York Post envolvendo o presidente Obama

Num comunicado enviado à imprensa, o editor-chefe do New York Post, Col Allan, disse que a charge publicada na edição de hoje e considerada racista é, na verdade, "paródia óbvia de uma notícia recente, que faz menção à morte a tiros de um chimpanzé violento em Connecticut".

De acordo com matéria da agência de notícias Associated Press, Allan afirmou que a charge "faz piada das tentativas de Washington de estimular a economia". No desenho, o cartunista Al Sharpton faz uma associação entre o presidente Barack Obama e um chimpanzé.

Inacreditável.

Os detalhes sobre a charge podem ser vistos neste post anterior.

Deu na CNN: Northwest Airlines vai servir pênis, isto mesmo, pênis (!) a bordo

Mudando um pouco de clima, um amigo acaba de me mandar um vídeo que foi ao ar na CNN na segunda-feira. Numa matéria sobre protestos sobre a volta do amendoim ao cardápio da Northwest Airlines, a repórter Zain Verjee se enrolou e na hora de falar amendoim (peanut, em inglês) e disse pênis (penis, em inglês) não uma, mas várias vezes.

A matéria era para dizer que passageiros com alérgicos estavam revoltados com a decisão da empresa de servir amendoins como aperitivos em seus vôos, a exemplo do que a Delta vinha fazendo há anos. No fim do ano passado, a Delta, cuja sede fica na Geórgia, foi comprada pela Northwest. A Geórgia é a maior região produtora de amendoins do país.

Detalhe: desde o início de janeiro os EUA enfrentam agora o recall de centenas de produtos que contém amendoim após um surto de salmonela deixar mais de 600 pessoas doentes e nove mortos em 44 estados americanos. Quase dois mil produtos foram retirados do mercado, num dos maiores recalls já feitos no país.

Voltando à matéria da CNN... Verjee é jornalista com anos de estrada e âncora do programa The Situation Room, gravado ao vivo, daí a confusão da repórter não ter sido censurada antes de ir ao ar.

Abaixo, o vídeo da confusão.

Isso me lembra, aliás...

Lembro que, em outubro do ano passado, durante a campanha de Sarah Palin aqui na Pennsylvania, um dos republicanos que participava de um evento na cidade de Johnstown, ganhou as páginas dos jornais locais por ter feito comentários racistas sobre o então candidato à presidência Barack Hussein Obama.

O homem "brincou" com as câmeras mostrando um boneco de pelúcia do Curious George (um macaquinho simpático que dá nome a uma série de livros para crianças editada por aqui desde a década de 40) que tinha um adesivo do Obama na testa. "Esse é o pequeno Hussein", disse ele, depois rindo junto com outros republicanos.



Durante a campanha presidencial, o democrata John Murtha (PA) gerou muita controvérsia ao dizer que o oeste da Pennsylvania (ele, aliás, mora em Johnstown, mesmo lugar onde filmaram o republicano com o boneco de pelúcia) é racista, o que poderia reduzir as chances de Obama na região. Pittsburgh é a maior das cidades da região e por aqui e nas cidades vizinhas moram muitos veteranos de guerra e idosos - quase 70%, são brancos -, o que para muita gente explica mas não justifica o preconceito.

A verdade é que, durante as muitas matérias que foram feitas na época das eleições sempre acabava aparecendo um ou outro eleitor dizendo que, acredite, "não era racista, mas não estava preparado para ter um negro como presidente". (!)

Lamentável.

New York Post publica charge racista sobre Obama

Inacreditável. As edições impressa e online do jornal New York Post publicaram hoje uma charge na sua seção editorial de conotação racista, que atinge o presidente Barack Obama. Na página 12 da edição desta quarta-feira, o desenho de Sean Delonas mostra um policial diz ao seu colega, que acabou de matar um chimpanzé: "Agora vão ter encontrar outro para redigir o próximo pacote de estímulo econômico". No lado oposto, na página 11, há uma foto do presidente assinando o novo plano, sua primeira vitória no Legislativo.

A página com a charge posse ser vista aqui.

A imagem é uma referência ao chimpanzé Travis, de 15 anos e quase 80 kg, que foi morto na noite de segunda-feira por policiais em Stamford, Connecticut, após atacar uma amiga de seu dono. Travis era famoso por aqui por ter aparecido em comerciais da rede de lojas Old Navy (cuja dona é a Gap) e da Coca-Cola, além ter participado de vários talk shows e seriados.

A associação entre negros e macacos é antiga e vergonhosa. Tem gente falando em boicotar o jornal, que tem um viés sensacionalista e vende pouco mais de 600 mil exemplares durante a semana, o que faz dele o sexto maior dos EUA.

Estou sem palavras.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Com dinheiro e sem fé



A coisa não está nada boa. No primeiro dia de negócios no mercado financeiro - ontem foi feriado pelo Dia dos Presidentes - após a aprovação do pacote de estímulo econômico do governo Obama, as bolsas dos EUA chegaram a cair 4,5% (caso do índice S&P 500). Aparentemente, os investidores não estão levando fé de que o plano vá tirar a economia da UTI tão rápido quanto o pessoal em Washington espera.

Enquanto isso, em Detroit...

No mesmo dia em que o pacote foi transformado em lei pelo presidente Barack Obama, as montadoras Chrysler e GM - que já receberam US$ 17.4 bilhões - pediram que o governo estenda a mão mais uma vez e aumente o valor para US$ 39 bilhões. A GM, maior fabricante de automóveis do mundo, disse que pode ficar sem caixa no mês que vem e precisaria de US$ 4.6 bilhões para cobrir os próximos dois meses. A empresa anunciou o corte de 47 mil postos de trabalho em todo mundo (19% do total) e avisou que pode fechar as portas de mais cinco fábricas nos EUA.

A Chrysler não ficou atrás: vai demitir três mil e parar de produzir três modelos de veículos. Mas, foi mais modesta no pedido: quer uma ajuda de US$ 5 bilhões desta vez.

Para completar, o ex-presidente do Federal Reserve (o banco central americano) e guru financeiro Alan Greenspan disse hoje que a recessão global vai "certamente ser mais longa e mais profunda" do que a Grande Depressão da década de 30. Segundo ele, serão necessários mais recursos para estabilizar o sistema financeiro americano.

A matéria sobre Greenspan está aqui, na página da Reuters.

Já em Washington...

Ah, antes que me esqueça: o presidente Obama afirmou que o pacote é "o início do fim da crise". Só falta agora avisar ao resto do mundo.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Apesar do pacote Francês às montadoras, Renault decide eliminar 9 mil postos de trabalho

Essa foi rápida. Há quatro dias o governo francês aprovou um pacote de ajuda financeira às montadoras de 6,5 bilhões de euros (US$ 8,5 bilhões). Em troca, as empresas se comprometeram a não fazer demissões.

Bem, ontem a Renault avisou que vai demitir 9 mil funcionários até o fim do ano. Metade das vagas estão na França. Do total de demitidos, 6 mil sairão via programa de demissão voluntária.

Carlos Ghosn, presidente da empresa, já até soltou um habeas corpus preventivo: embora a Renault não pretenda fazer novas demissões, tudo vai depender de como a economia vai reagir nos próximos meses.

Já são nove os mortos no surto de salmonella

O surto de salmonella que teve início no fim do ano passado, nos EUA, fez nova vítima anteontem. Uma idosa da região de Medina, no estado de Ohio - aqui do lado, coisa de três horas de distância - entrou para as estatísticas como a nona morte registrada no país, de acordo com o Departamento de Saúde.

Mais de 600 pessoas - metade delas, crianças - já ficaram doentes em 44 estados americanos e 1.900 produtos que contêm amendoim sumiram das prateleiras. Esse é um dos maiores recalls já feitos no país.

O sanduíche de manteiga de amendoim com geléia, um dos favoritos das crianças, é quase uma instituição americana e um dos lanches mais levados às escolas, daí o terror da população com o recall e com qualquer notícia envolvendo amendoins.

A coisa toda começou na fábrica da Peanut Corp. of America (PCA), no estado da Geórgia. Os produtos que saíam da unidade não eram vendidos no varejo, no entanto, eram usados como ingredientes para outras marcas fabricarem cereais, biscoitos, bolos, sorvetes e outras guloseimas.

O órgão que regula e fiscaliza os setores de medicamentos e alimentos aqui nos EUA (FDA na sigla em inglês) já avisou para os consumidores tentarem reduzir o consumo de produtos que têm amendoim como um de seus ingredientes.

A PCA pediu concordata hoje. Segundo o Washington Post, há mais de duas décadas a empresa enfrentava problemas com a vigiância sanitária.

Há dois dias, seu presidente, Stewart Parnell, se negou a falar diante de um subcomitê de Energia e Comércio sobre as condições em sua fábrica e sobre o surto de salmonella.

Essa novela promete ser longa, arrastada e, infelizmente, devastadora para centenas de famílias americanas.

FT: Warren Buffet vai investir US$ 250 milhões na rede de joalherias Tiffany & Co.



Deu no Financial Times. A Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, vai investir US$ 250 milhões na rede de joalheria Tiffany & Co, símbolo do luxo e do glamour americano, como imortalizado no livro de Truman Capote - e depois em filme de Blake Edwards com Audrey Hepburn - Breakfast at Tiffany's (Bonequinha de luxo no título em português).

Buffet está aproveitando a crise para ir às compras, investindo em instituições como como Goldman Sachs (US$ 5 bilhões), General Electric (US$ 3 bilhões) e Harley-Davidson (US$ 750 milhões). Comparado com o que ele já desembolsou antes, o dinheiro da Tiffany parece troco.

Segundo a matéria o FT, a empresa foi duramente atingida pela crise e suas ações perderam um terço do valor desde setembro do ano passado. Buffet vai comprar títulos da Tiffany com vencimento em 2017 e 2019, que pagam juros anuais de cerca de 10%. Com o dinheiro investido, a joalheria vai refinanciar dívidas.

Congresso bate o martelo e aprova plano de ajuda financeira de US$ 787.2 bilhões

Na noite desta sexta-feira, o Congresso americano finalmente aprovou o pacote de estímulo econômico do governo de Barack Obama. O projeto, que começou orçado em mais de US$ 800 bilhões, foi fechado em US$ 787.2 bilhões. Agora, o texto final só precisa ser sancionado pelo presidente.

O pacote tinha sido aprovado pela Câmara dos Deputados daqui (House of Representatives) no dia 28 de janeiro e depois pelo Senado, em 10 de fevereiro. Como o texto havia sorido midificações, foi preciso aprovar uma versão final e harmônica. Com isso, os mais de US$ 800 bilhões originais encolheram para pouco menos de US$ 790 bilhões.

Numa ação conjunta, os bancos Morgan Stanley, Citibank, Bank of America, Wells Fargo, JP Morgan Chase disseram ainda que vão suspender temporariamente os processos de execução de hipotecas de mutuários inadimplentes. As instituições vão aguardar algumas semanas para ver o detalhamento do plano do governo.

Agora é esperar para ver como os mercados reagem na segunda-feira.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Caso Sean: após quatro anos e meio, pai e filho finalmente se reencontram



O caso Sean, de que falei há algumas semanas aqui deu uma guinada. E para a melhor, felizmente. Vi hoje na NBC - que fez, em janeiro, um especial de uma hora sobre o sequestro do menino americano pela mãe brasileira - que após quatro anos e meio o ex-modelo David Goldman conseguiu, finalmente, reencontrar o filho, Sean.

"Foi a coisa mais bonita que eu já vivenciei desde o nascimento dele", disse Goldman à NBC.

Para resumir um pouco a história, que está no post citado acima, Goldman casou com a brasileira Bruna Bianchi em Nova Jersey e, segundo ele, viveram felizes até que, em junho de 2004, ela viajou para o Brasil com o filho e nunca mais voltou. Já no Rio, conseguiu um divórcio unilateral de Goldman, se casou de novo e nunca permitiu que pai e filho se vissem ou se falassem novamente, embora sempre atestasse que o americano era excelente pai.

No ano passado, ela acabou morrendo de complicações do parto da segunda filha e o marido brasileiro quis assumir a paternidade de Sean e continuou impedindo todo e qualquer contato entre pai e filho. Até agora.

A história está no site do programa Today, da NBC, aqui. E na página do programa Dateline, que exibiu o especial de uma hora sobre o caso.

Vamos ver se a Justiça brasileira desfaz o nó dos últimos anos e devolve a guarda de Sean ao pai, como de direito.

Mãe de óctuplos lança site e pede doações - aceita Visa, Mastercard, Amex e Discovery Cards

Nadya Suleman, a mãe dos óctuplos nascidos na California no fim de janeiro e envolta em polêmica atrás de polêmica lançou hoje um site (www.thenadyasulemanfamily.com) em que pede doações para sua família de 14 crianças.

Ela, que se diz "mãe orgulhosa de 14" na página da internet, colocou fotos dos oito bebês e um link para doações via sistema PayPal. Ela aceita Visa, Mastercard, American Express e Discovery Cards. No mesmo endereço também é possível deixar mensagens para a família. O site foi criado pelo Killeen Furtney Group, da assessora de imprensa de mesmo nome, que representa Suleman.

Senado aprova pacote de ajuda financeira e governo anuncia quase US$ 2 trilhões



Como se esperava, o Senado americano aprovou - por 61 votos a 37 - o pacote de ajuda financeira de US$ 838 bilhões para enfrentar a maior crise econômica desde a Grande Depressão, na década de 30. O dinheiro será gasto na criação de empregos (até quatro milhões, segundo o presidente Obama), em educação e em infra-estrutura.

A grande dúvida é: será que a quantia vai ser suficiente?

O governo anterior já torrou metade dos recursos do pacote anti-crise de US$ 700 bilhões - dinheiro que muito banco usou para comprar concorrentes e também para bancar gordos bônus de seus executivos. Talvez por isso, a gente não tenha saído do lugar. As pessoas não confiam, as empresas estão quebrando e os consumidores, bem, os consumidores não consomem. A economia não apenas está emperrada, mas está descendo o ralo.

Pois é. A bolada que chocou Deus e o mundo no ano passado como o maior pacote de ajuda financeira da história não conseguiu injetar ânimo necessário na economia. É desalentador assistir ao noticiário - todo dia uma nova empresa anuncia demissões em massa. Hoje foi a vez da GM, que vai eliminar dez mil vagas em todo o mundo.

Por isso, o mercado reagiu mal e as bolsas caíram hoje mais de 4,5% nos EUA.



Só que tem novidade por aí. Ninguém esperava, mas o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, o anunciou hoje que o governo vai desembolsar até US$ 1,75 trilhão, além dos US$ 350 bilhões que tinham sido aprovados, mas não gastos.

O dinheiro chega com a promessa de que será bem empregado. Primeiro, o governo vai arrochar as regras para ajuda às instituições financeiras que estão em apuros. Além disso, vai ter de tudo um pouco: compra de título podre dos bancos, aquisição de ativos que foram dados como garantia em empréstimos anteriores (para então pagar dívidas com faculdade ou mesmo com as operadoras de cartão de crédito), compra de títulos de hipotecas das falidas Fannie Mae e Freddie Mac, parte do dinheiro será para renegociar retomada de imóveis, empréstimos para pequenas empresas, the works.

Segundo Gheitner, o desembolso será 100% transparente e os cidadãos vão poder acompanhar tudo no site http://financialstability.gov/. Por enquanto, o site é tosco, tem apenas dois ou três comunicados do Tesouro, alguns poucos vídeos e só. Mas, vamos dar tempo ao tempo.

Por ora, a coisa toda pareceu um tanto confusa e mal explicada. Além disso, as metas são robustas e ambiciosas, como o pacote. Agora é torcer para dar certo.

O Wall Street Journal explica em detalhes as diferenças entre o pacote aprovado hoje, de US$ 838 bilhões, e o original, de US$ 820 bilhões. Para quem quiser saber mais, o link está aqui.

Mas, ainda é preciso, após tantas idas e vindas, chegar a uma versão final do pacote, que deve sair no fim de semana. Vamos esperar para ver o que acontece até a segunda-feira.

Daniela Sarahyba na Bolsa de Nova York

A brasileiríssima Daniella Sarahyba, a israelense Bar Rafaeli (famosa por ser namorada de Leonardo DiCaprio) e outras modelos da publicação Sports Illustrated bateram hoje o martelo que marca o encerramento das operações da Bolsa de Nova York.

Aqui, o vídeo das meninas na NYSE.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Octomom

Além da febre Barack Obama, não se fala de outra coisa por aqui nas últimas semanas. A bola da vez se chama Nadya Suleman e seus óctuplos, primeiro caso nos Estados Unidos de um parto de oito bebês em que todos sobrevivem. As crianças nasceram no dia 26 de janeiro, na Califórnia, via fertilização in vitro. Ela já está sendo chamada por aqui de Octomom e hoje falou pela primeira vez, em entrevista à reporter Ann Curry, da NBC. Desde quinta-feira a rede vinha publicando pequenos trechos da conversa ao longo da programação.

A mídia americana está enlouquecida com a história de Suleman. No início, pelo fato de os oito bebês terem sobrevivido ao parto - em 1998, no Texas, a nigeriana naturalizada americana Nkem Chukwu deu à luz oito bebês, mas um acabou não resistindo - e depois, pela controvérsia envolvendo a gestação.

Suleman está desempregada há anos, já tem seis outros filhos (também gerados via fertilização in vitro e com menos de sete anos), não tem fonte de renda alguma, se nega a receber ajuda financeira alguma de programas assistenciais do governo, é mãe solteira e seu médico, aparentemente, implantou, a cada gestação, mais embriões do que o eticamente recomendado - de dois a três. Agora, ela está sendo condenada por Deus e o mundo e já até recebeu ameaças de morte.

O caso ganhou um espaço absurdo nos jornais, revistas e TV. Não lembro de ter ficado mais de duas horas sem ouvir falar de Suleman. Tem de tudo: celebridades a chamando de irresponsável, fotos da gestação, médicos condenando as fertilizações, cirurgiões plásticos dizendo que ela fez implante nos lábios e quer ficar igual á Angelina Jolie (de fato, há uma certa semelhança), entrevistas com pessoas na rua perguntando como ela pagou pelos tratamentos estéticos e para engravidar, etc.

Suleman até contratou uma assessora de imprensa, para lidar com tanto assédio. Com tanta polêmica, nenhuma empresa se animou a fazer doações à família até agora, como costuma ser o caso em partos de múltiplos.

Na entrevista que deu à Ann Curry, Suleman não parece muito equilibrada, é verdade. Parece, sim, fixada na idéia de ter filhos a qualquer custo. Segundo ela, para curar a solidão que sentiu quando criança por ser filha única.

"Tudo que eu queria eram filhos. Eu queria ser mãe", disse ela, que tentou engravidar durante sete anos, antes de recorrer à fertilização in vitro.

Embora não tenha emprego - na verdade, tem uma dívida de U$ 50 mil - e já tenha outros seis filhos que tem dificuldades para manter, ela negou ter agido de forma irresponsável ao tentar engravidar de novo.

Ela contou que queria mais um bebê e pediu ao médico para implantar os seis últimos embriões que tinha disponíveis - todos do mesmo doador, como seus outros filhos - mesmo sabendo dos riscos de uma possível gestação múltipla. Dos seis embriões, dois resultaram em gêmeos.

"Eram meus filhos (os embriões), aquilo (implantar os últimos seis) era o que estava disponível e eu os usei. Foi uma aposta".

Suleman disse que está sendo condenada porque escolheu uma vida pouco convencional - ser mãe solteira de uma grande família - e negou ainda ter feito plástica para ficar parecida com Angelina Jolie.

Com a entrevista de hoje Suleman colocou mais lenha na fogueira e o circo que se montou à sua volta deve ganhar proporções ainda mais grandiosas nos próximos dias.

Aqui, um pedaço da entrevista que apareceu no programa Today, da NBC:

Pesquisa CNN: 36% não acreditam que pacote de estímulo econômico ajudará o país

Pesquisa divulgada hoje pela CNN/Opinion Research Corp. 64% dos entrevistados acreditam que o pacote econômico que está sendo avaliado pelo Senado americano ajudará a economia de certa forma ou muito. Mas, 36% do total avaliam que o plano será pouco ou totalmente ineficaz.

O mesmo levantamento mostrou que 76% dos americanos aprovam Barack Obama como presidente. No entanto, a taxa de aprovação não é a mesma para o polêmico pacote de ajuda econômica que Obama tenta passar no Congresso. Entre os entrevistados, 45% torceram o nariz para o novo plano, mas 54% o vêem com bons olhos.

A pesquisa pode ser encontrada aqui.

Obama: EUA não podem esperar mais e só o governo pode salvar o país


Hoje à noite, em sua primeira entrevista coletiva desde que tomou posse, o presidente Barack Obama foi incisivo. Ele disse que não se pode esperar mais uma solução para a crise: é preciso agir e aprovar logo o novo pacote financeiro de US$ 827 bilhões. Também afirmou que agora só o governo pode salvar o país, num discurso que tinha destino certo: o Congresso.

"Com o setor privado tão enfraquecido pela recessão, o governo federal é hoje o único órgão com os recursos necessários para trazer a economia de volta à vida. É só o governo que pode quebrar esse ciclo vicioso em que a perda de postos de trabalho leva as pessoas a gastarem menos dinheiro, o que por sua vez leva a ainda mais demissões. E quebrar esse ciclo é exatamente o que o plano que tramita no Congresso pretende fazer. (...) Deixar de agir agora apenas aprofundará a crise, bem como a dor sentida por milhões de americanos", afirmou Obama.

A intenção é salvar ou criar 4 milhões de postos de trabalho - segundo ele, 90% destes no setor privado. Vale lembrar que, no mês passado, 598.000 vagas sumiram do mapa nos EUA - a maior perda mensal dos últimos 34 anos.

Pouco antes de encerrar seu discurso de oito minutos, o presidente fez um apelo final.

"Quer pedir encarecidamente a todos os membros do Congresso que ajam sem demora durante a semana para resolver suas diferenças e então aprovar o novo plano de ajuda financeira", completou Obama.

Bem, mais fácil dizer que colocar em prática. Ainda sim, espera-se que o pacote seja aprovado nesta terça-feira, já que o Senado encerrou hoje o debate sobre o plano de ajuda econômica. A conferir.

Aqui, a íntegra da coletiva de Obama.

Alguns momentos da coletiva estão no vídeo abaixo:



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Enquanto isso, na França...

O presidente Nicolas Sarkozy anunciou hoje um pacote de ajuda às montadoras PSA Peugeot-Citroën, Renault e Renault Trucks. O montante é bem mais modesto que o pacote proposto pelo governo Obama: 6,5 bilhões de euros (US$ 8,5 bilhões). Foi um toma-lá-dá-cá: o governo abriu o caixa, mas as empresas tiveram que se comprometer a não demitir funcionários ou fechar fábricas na França.

Democratas querem investigar era Bush

O senador democrata Patrick Leahy (Vermont), presidente do Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos, disse hoje que é necessário iniciar uma profunda investigação sobre a conduta do Departamento de Justiça durante a administração Bush.

Num debate na Universidade de Georgetown, Leahy sugeriu a criação de uma comissão para revelar os erros dos últimos oito anos, como escutas ilegais e tortura de suspeitos de atos de terrorismo, bem como contratações e demissões com motivações políticas.

"Quero que a verdade venha à tona para que nada disso aconteça de novo", disse ele aos estudantes da Georgetown University Law Center, de acordo com matéria da CNN. "Mais do que vingança, queremos descobrir de maneira justa o que realmente aconteceu", afirmou em matéria da Fox News.

Será que a história vai para a frente?

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Brincadeira com hora marcada



Posso dizer que, aqui em casa, nossa adaptação ao american way of life foi tranquila. Algumas coisas, no entanto, ainda me causam certa estranheza. Hoje, por exemplo, estava comentando com uma amiga americana que o dia estava lindo e que seria ótimo aproveitar para colocar a fofoca em dia enquanto as crianças brincam.

Ela fez uma pausa do outro lado do telefone.

"O que você acha de quarta-feira, 10h25m? Eles podem brincar uma hora, uma hora e meia e depois cada um vai para casa. Que tal?"

Minha mente se perdeu ali e logo imaginei o filho dela - de dois anos - atrás de uma mesa de escritório, de terno e gravata, checando sua agenda enquanto a secretária confirmava: "Sim, senhor, podemos espremer o playdate entre 10h25m e 12h, nem mais um minuto após isso, pois o senhor tem agenda cheia de compromissos".

Pois é. Aqui na Terra do Tio Sam brincadeira costuma ser com hora marcada. Festa também. Tem hora para começar e para terminar.

Nada de espontaneidade, como ligar para os amigos e falar: "Estou passando aí daqui a meia hora. Desce".

Com essas coisas acho que nunca vou me acostumar.

Crise americana tintim por tintim

Um amigo me mandou esse vídeo hoje. Achei genial. Os atores britânicos John Fortune e John Bird, os chamados Long Johns, explicam de maneira simples - como é que os o banco central americano e aquele povo todo de Wall Street não entendeu a roubada antes?!?! - a confusão que deu origem à maior crise econômica desde a Grande Depressão, na década de 30.

Achei no You Tube essa versão com legendas em português, uma mão na roda para quem precisa de uma forcinha com o inglês. Vale a pena ver.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Escola Barack Obama



A cidade de Hempstead, Nova York, e seus cerca de 750 mil habitantes viraram notícia na quarta-feira, dia 4, quando uma de suas escolas, a Ludlum Elementary School, mudou de nome oficialmente para Barack Obama Elementary School.

É a primeira escola americana de que se tem notícia a incorporar o nome do 44° presidente do país. No dia 20 de novembro, o conselho da escola aprovou a mudança, que foi sugerida pelos alunos - a grande maioria hispânicos e negros.

Soube de outra escola, esta em Boulder, no Colorado, que também está pedindo para alterar o nome de Boulder High School para Barack Obama High School.

Aposto que, a depender da popularidade do presidente, vai ter fila de escola, rodovia, rua e o escambau querendo homenagear/pegar uma carona na fama de Obama.

O novo barato: Obama Ch-ch-ch-chia

Não canso de me surpreender com a onda de novos produtos na esteira do novo presidente americano. O último é o Obama Chia Pet.

Quem liga a TV aqui nos EUA vira e mexe de depara com os comerciais da Chia Pet. É uma praga. A idéia é simples: um vaso de plantas em que você cultiva a tal da chia, que é o nome que dão por aqui para a sálvia. O catch? Os vasos de barro têm forma de animais e a planta cresce onde seriam os pêlos do animal, como cabeça, por exemplo. Bem tosco, mas faz um sucesso enorme por aqui. Já venderam a chia do Homer Simpson, do Garfield e até do Scooby Doo.

O mais novo Chia Pet é o tal do Chia Obama. Quando é regado e a planta cresce, o boneco do presidente americano ganha um farto penteado afro. Coisa de louco. Ele está à venda em dois modelos: feliz e determinado.



Na página da empresa na internet, eles explicam que o Chia Obama é vendido com kit de sementes suficiente para três cortes afro. Na lateral do boneco de barro lê-se a famosa frase de campanha: Yes, we can.

O Chia Obama já está à venda na Amazon.com e custa a bagatela de $ 20.



Vale lembrar que, no ano passado, O GLOBO publicou matéria mostrando que sálvia é um poderoso alucinógeno e tem sido usada por jovens no lugar da maconha.

Será que vai ter alguém aqui fumando o Obama Chia?

Yes, pecan!

As empresas andam levando mesmo a sério a história de tirar uma casquinha da fama do novo presidente dos Estados Unidos. A rede Ben & Jerry's lançou no mês passado um sorvete inspirado em Barack Obama. O nome? Yes, pecan. Um claro jogo de palavras com um dos motes da campanha presidencial - Yes, we can, lembram?

Segundo o site da rede Ben & Jerry's, em janeiro, as vendas do sorvete de noz pecan foram destinadas ao Common Cause Education Fund, uma organização que tem por objetivo dar voz aos cidadãos no processo eleitoral, estimulando sua participação democrática.

Coisa de louco: bebê "entrevista" senador na rede MSNBC

Aconteceu outro dia por aqui. A apresentadora Mika Brzezinski, do programa matutino Morning Joe, entrou no ar para uma entrevista com um bebê - que nao é seu, mas sim do produtor-executivo do programa, Chris Licht -, isto mesmo, um bebê (!) no colo.

O peculiar da história toda é que, durante a entrevista com o senador Jim Webb, sobre o destino do dinheiro dos contribuintes nas guerras do Iraque e do Afeganistão, ninguém parece notar o "acessório" da apresentadora. Tudo muito natural.

Até entra no ar o apresentador-título do programa, Joe Scarborough, que nem se dá conta do petiz - que, numa nota de rodapé, tenho que dizer: o bebê Andrew se comportou muito, muio bem e não deu nenhum pio.

Surreal. Veja só:

Você já riu hoje?

Dia desses, uma amiga me mandou um vídeo que tem me feito rir até cair. Como dizem que rir é o melhor remédio, acho que não custa nada, nesse momento de crise financeira global, dividir aqui um outro paliativo para essas horas de tensão. O vídeo já teve mais de cinco milhões de acessos no You Tube.

Com vocês, David - voltando do dentista:

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Bonecas deixam de ter nome das filhas de Obama



A Ty Inc., que lançou logo após a posse de Barack Obama duas novas bonecas com os nomes das filhas do presidente americano, decidiu voltar atrás. Após duras críticas feitas pela primeira-dama - que disse que a empresa estava explorando de maneira equivocada cidadãs jovens em suas campanhas de marketing - a Ty resolveu renomear as bonecas. Com isso, Sweet Sasha (Doce Sasha) virou Sweet Sydney e Marvelous Malia (Maravilhosa Malia), Marvelous Mariah.

A empresa continua dizendo que as bonecas, apesar do nome e da aparência, não foram inspiradas nas filhas do presidente Obama. "Não há nada sobre as bonecas que se refira às meninas Obama", disse, à época, Tania Lundeen, porta-voz da Ty. Ok. A gente finge que acredita.

Dê uma olhada neste post anterior sobre o assunto, compare as fotos e me diga o que você acha.

Prefeito Michael Bloomberg é mordido por marmota "tolerância zero"



Enquanto isso, naquele mesmo dia, no Zoológico de Staten Island, uma marmota bem ao estilo "tolerância zero" não gostou muito das brincadeirinhas do prefeito Michael Bloomberg e resolveu partir para o ataque. "Que se dane o tempo!", deve ter pensado.

Ao sair de sua toca, Charles G. Hogg deparou-se com Bloomberg, que balançava um naco de espiga de milho próximo ao seu focinho, atiçando-o. Não satisfeito, o prefeito ficou tentando tirar o pedaço de comida do animal, para forçá-lo para fora da toca. Depois de muita aporrinhação, a marmota, que aparentemente, não leva desaforo para casa, não pensou duas vezes e deu uma tremenda mordida na mão esquerda do prefeito. Os dentes afiados conseguiram furar com facilidade as luvas de couro de Bloomberg, garantindo uma bela cicatriz.

De acordo com matéria da Bloomberg, ele não precisou tomar vacina anti-rábica porque o animal vive em cativeiro desde que nasceu, há dois anos.



Bloomberg levou o ataque na esportiva. "Claramente neste caso (há) um terrorista roedor que poderia muito bem ter sido treinado pela Al Qaeda no Afeganistão", brincou o prefeito.

Aparentemente, há marmotas e há marmotas. Nem todos parecem ser gente boa como Punxsutawney Phil. Ah, quase ia esquecendo: contrariano Phil, a marmota de Long Island previu que a primavera chegará mais cedo este ano.

Abaixo, o vídeo do prefeito aporrinhando a pobre da marmota:

Groundhog Day

Dia da marmota



Sempre que o dia estava morno, chato, meio mais do mesmo (coisa rara no jornalismo), uma amiga do jornal sempre dizia: "Outro dia da marmota". A frase faz alusão ao filme Groundhog day, com Bill Murray e Andie Macdowell - e que ganhou o título Feitiço do Tempo em português. Nele, Murray é um jornalista que vai cobrir o tal Groundhog Day (Dia da Marmota) e, misteriosamente, se vê preso naquelas 24 horas, revivendo-as dia após dia. Ele vai para a cama e, quando acorda, é Dia da Marmota de novo.

Pois bem. Quando mudei aqui para Pittsburgh descobri que o Dia da Marmota é logo ali. Sério. A cidade de Punxsutawney, onde acontece toda a ação, fica a cerca de uma hora e meia daqui. E justamente no dia 2 de fevereiro, dia seguinte ao Super Bowl, foi celebrado mais um Groundhog Day.



Diz a tradição - tudo começou há centenas de anos na Alemanha, onde parece que o vidente era um urso, não uma marmota - que, neste dia, se ao sair de sua toca, a marmota vir sua sombra, isso significará mais seis semanas de inverno. No entanto, se ela não vir a sombra, a primavera chegará mais cedo naquele ano.

Nos EUA, o Groundhog Day é comemorado desde 1886, quando a celebração fincou raízes nas regiões central e sudoeste da Pennsylvania. Hoje em dia, a marmota mais famosa está justamente em Punxsutawney. É o Punxsutawney Phil. Ele é chamado o "vidente dos videntes".




De acordo com a página do evento na internet (http://www.groundhog.org), Phil viu sua sombra 96 vezes, não a viu 14 vezes e não há registro de outras 9 vezes. Quando saiu de sua toca, anteontem, Phil primeiro declarou que seu time adorado, Pittsburgh Steelers, havia vencido mais um Super Bowl. Depois, engrossou as estatísticas e, mais uma vez, viu sua sombra, um prenúncio de mais seis semanas de inverno.

Mais de 13 mil pessoas foram à Punxsutawney para o evento este ano. Em anos anteriores, a celebração já chegou a atrair cerca de 40 mil expectadores. É impressionante se a gente pensar que a cidade tem uma população de 6.100 habitantes.




Este ano, outras 13 marmotas espalhadas pelos EUA já previram, em sua maioria, mais seis semanas de inverno. Mas Phil continua sendo a mais famosa delas.

Aqui você vê a cerimônia deste ano em Punxsutawney:

domingo, 1 de fevereiro de 2009

It's the Super Bowl, baby!



Este vai ser meu primeiro Super Bowl. Ano passado, com bebê recém-nascido em casa, futebol era a última das coisas na minha cabeça. Este ano está sendo interessante acompanhar o maior evento futebolístico do lado de cá do oceano, especialmente com o time local, os Steelers, na grande final.

A cidade está apostando alto que os meninos do time preto e dourado vão levar o título para casa pela sexta vez, feito inédito na história do Super Bowl. Quem sou eu para discordar, né?

Uma rápida ida ao supermercado deu a medida da paixão dessa cidade pelos Steelers. Na Costco (versão local da venda por atacado do bom e velho Makro, no Rio), os funcionários estavam, sem exceção, com a camisa do time. Todos ansiosos pela hora do jogo.

Enquanto estava lá, consegui fazer a foto abaixo. Diz ali: "70% do planeta são cobertos por água. Os outros 30% são cobertos por Troy Polamalu". Polamalu é o jogador gente boa dos Steelers que faz sucesso por aqui, junto com Ben Roethlisberger.



A foto estava grudada num dos carrinhos de provas da Costco (no sábado e no domingo eles fazem prova dos produtos à venda na loja). Nos outros, Terrible Towels estavam afixadas, bem como fotos dos jogadores.

Da Costco fomos ao Giant Eagle comprar o que faltava. Lá, quase todos os caixas usavam as características blusas dos Steelers, em preto e amarelo.



Nos corredores, vários estandes com produtos dos Steelers à venda. Desde a mais prosaica Terrible Towel, passando por camisas e casacos. Tudo enfeitado por balões nas cores do time.



Na Dicks, que fica no mesmo shopping a céu aberto, o aviso na entrada: "Você está na terra dos Steelers. Acredite no Super Bowl XLIII agora".

Por toda a loja, o aviso mais que confiante: "Imediatamente após a vitória dos Steelers, nossas portas reabrirão. Venha garantir seus produtos do Super Bowl logo após o jogo".



Neste clima, estamos indo para a casa de uns amigos para assistir ao jogo.

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Entendo pouco das regras do futebol americano, mas vou dizer: que jogo espetacular! Foi emocionante! Fiquei com o coração na boca nos momentos finais. É bacana assistir ao Super Bowl numa cidade como Pittsburgh, que respira futebol e que ama seu time. Segundo amigos americanos, a relação de Pittsburgh com os Steelers encontra eco em poucos lugares dos Estados Unidos, o que torna o Super Bowl (que é o evento de futebol americano mais esperado do ano) ainda mais especial.

Aqui, mesmo os jogos fora da temporada são levados a sério. E, segundo quem está na terra do Tio Sam há mais tempo, esse foi um dos jogos mais emocionantes dos últimos anos - na verdade, mais pelos momentos finais (o último quarter), onde se concentrou boa parte da ação.

No futebol americano, o jogo tem quatro tempos de 15 minutos. Aí a gente pensa: rápido, né? A questão é que o relógio pára o tempo todo, então o que seria uma partida de uma hora se alonga por horas e horas. Para se ter uma idéia, o jogo de hoje começou por volta das 18h30m e só terminou depois das 22h. Foi uma tortura. Especialmente porque a partida foi decidida nos 30 segundos finais, quando os Steelers voltaram a dominar a bola.



Os Steelers estavam com larga vantagem boa parte do jogo. Rápidos no ataque, eles começaram bem a partida. Parecia que o título estava no papo. Os Cardinals, que participavam, pela primeira vez, de um Super Bowl, não marcaram ponto no primeiro tempo (first quarter). Ao fim do segundo, o ponteiro marcava 17 a 7 a favor dos Steelers, graças a uma jogada épica de James Harrison (line back). Ele percorreu 100 jardas (91,4 metros) do campo de futebol, a maior distância na história do Super Bowl, para então marcar um touchdown - que é entrar com a bola na área ao fundo do campo do adversário (a chamada endzone).

Aqui, uma cena da jogada:



Terceiro tempo: 20 a 7. Todo mundo estava relaxado. Quem entendia mais de futebol dizia que o jogo estava bem mais ou menos. Parecia que a vitória dos Steelers era garantida. No último tempo, no entanto, os Cardinals viraram a mesa. De repente, o jogo estava 23 a 20. Para os Cardinals. Difícil acreditar. Faltavam pouco mais de dois minutos para a partida terminar. Nessa hora, ninguém conseguia mais ficar sentado. Era olho na tela e pés de um lado para o outro da sala, agitados de tensão.

Não entendi muita coisa nos próximos minutos. Juro que tentei processar todas aquelas informações, mas com olho no relógio que piscava na tela, estav difícil manter a concentração. Parecia inevitável: os Steelers iam perder para os Cardinals. Então, faltando 49 segundos para o fim do jogo, o quarterback Ben Roethlisberger deu início ao passe que seria decisivo para a vitória dos Steelers.

A função dos quarterbacks, que lideram a ofensiva dos times, é dar início às jogadas e fazer os passes para os chamados outros jogadores (não me peguntem o nome desses jogadores. Como eu disse, meu conhecimento de futebol americano é limitado). E foi isso que aconteceu. Roethlisberger fez um passe para o receiver Santonio Holmes, que capturou a bola no ar e mergulhou no chão, para fora da marcação, mantendo apenas os pés dentro do campo e marcando um touchdown, que vale seis pontos (e que dá direito a um ponto extra em alguns casos). Impressionante - especialmente visto em câmera lenta.



Na hora, ninguém sabia se a jogada tinha valido ou não. Se a jogada valesse, o título estava no papo. Quando deram o replay, o estádio foi abaixo. A imagem mostrava claramente: os pés de Holmes nunca deixaram o campo. Touchdown. E os Steelers entravam para a história como o único time a vencer seis Super Bowls, levando para casa mais um troféu Vince Lombardi. Fim de jogo. Steelers 27 a 23.

Aqui, a jogada sensacional:



O jogo marcou história não só para os Stellers, mas também para seu treinador, Mike Tomlin. Aos 36 anos ele se tornou o treinador mais jovem a vencer um Super Bowl. Holmes foi eleito o jogador mais valioso (MVP, na sigla em inglês), mas talvez quem mais tenha se beneficiado nisso tudo tenha sido Roethlisberger.

O Super Bowl XLIII marcou a redenção de Big Ben, quarterback que sempre foi uma das estrelas mais brilhantes do time. No Super Bowl de 2006, seu desempenho aquém do esperado fez com que muitos dissessem que os Steelers levaram o título para casa apesar dele. Sua tática, seu talento e seu poder de decisão ficaram apagados e ele foi achincalhado por meio mundo. Com razão, dizem. Hoje, aposto, ninguém lembra mais de 2006. Pelo menos não por aqui, em Pittsburgh. Big Ben voltou a ser Mr. Big.



Aqui, os melhores momentos do jogo:



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Uma nota final.

Chegando em casa, liguei a TV e descobri que, após a vitória excepcional dos Steelers, um outro assunto parecia dominar o noticiário do dia. Em Tucson, Arizona, logo após os Cardinals marcarem um touchdown, os consumidores da Comcast - a maior companhia de TV a cabo dessas bandas - viram as imagens do Super Bowl serem interrompidas por um filme pornô. Isso mesmo. Por 30 segundos, as famílias americanas (e nada mais familiar do que sentar para ver junto o Super Bowl) assistiram a cenas do canal pornô Clube Jenna. Nelas, uma mulher abria a calça de um homem e depois os dois partiam para a ação. Parece que só que estava vendo as imagens convencionais - não em alta definição - foi afetado. Teve gente que, no início, achou que era mais um dos comerciais do Super Bowl e acabou vendo bem mais do que gostaria. As cenas, devidamente editadas, já que este é um blog de família (tá pensando o que?), estão abaixo: