quinta-feira, 28 de maio de 2009

Casa Branca: Pittsburgh sediará próxima reunião do G-20, nos dias 24 e 25 de setembro

Após semanas de jejum do blog - culpa da mudança (a quarta de país em dois anos; ufa!) - deixei as malas por fazer por alguns minutos para dar uma rápida atualizada no site.

Mas chega de conversa mole e vamos ao que interessa. A Casa Branca anunciou hoje à tarde que Pittsburgh irá sediar a próxima reunião do G-20 (que reúne as nações mais ricas do mundo), nos dias 24 e 25 de setembro.

Segundo Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca, a cidade foi escolhida por ter conseguido dar a volta por cima após sua economia sofrer um duro baque com a derrocada da indústria do aço, na década de 80. Hoje, educação (Pittsburgh tem 9 universidades e atrai estudantes de todo o mundo) e saúde (aqui está a rede de hospitais UPMC, uma das maiores e melhores do país) movimentam a economia local. No entanto, a cidade continua vinculada, no imaginário popular, aos céus cinzentos e rios poluídos da época do aço.

"Pittsburgh demonstrou um compromisso com o uso de novas tecnologias verdes para a recuperação e o desenvolvimento de sua economia. O encontro será sediado no Centro de Convenções David L. Lawrence, no Centro da cidade, um exemplo desse tipo de compromisso", diz o comunicado da Casa Branca.

O centro de convenções David L. Lawrence é o maior do mundo com a certificação LEED (Liderança em Energia e Design Sustentável) do Conselho Americano de Contruções Verdes (USGBC, na sigla em inglês), um selo de qualidade que indica edificações sustentáveis.

Durante o econtro do G-20, o presidente Barack Obama discutirá que passos devem ser tomados para que o mundo possa se recuperar da crise financeira e econômica global. Fazem parte do G-20 África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Européia.

O último encontro do G-20 aconteceu em abril, em Londres.

sábado, 2 de maio de 2009

Gripe suína aqui e lá. Nos EUA, poder da doença é limitado, mas Brasil ignora a notícia

Ainda sobre o vírus da gripe A H1N1. A cobertura da imprensa brasileira e americana parece continuar fora de compasso. Acabo de ler no Wall Street Journal e no New York Times que embora a doença esteja se espalhando rapidamente e possa causar uma pandemia global, existem hoje sinais de que o vírus é menos potente do que se imaginava a princípio, segundo o Centro de Controle de Doenças dos EUA. A notícia está na primeira página das versões online dos jornais americanos.

Matéria do NYT mostra que, dos 908 suspeitos de terem sido infectados pelo A H1N1, apenas 397 tinham o vírus de fato, segundo informações do governo mexicano. Destes, 16 morreram. Claro, a coisa ainda é feia, mas não tão feia quanto se pensava. O jornal ressalta que o México informou que, até ontem, tinha 2.500 casos suspeitos da doença, mas que pode ser que apenas metade destes sejam confirmados.

Essas matérias são um contraponto importante ao que tem saído na mídia nos últimos dias, quando vimos os casos da doença escalarem em todo mundo, atingindo novos países.

Quando fui olhar as páginas dos principais jornais brasileiros, no entanto, ambas informações não puderam ser encontradas. Nas versões online do Globo e da Folha de São Paulo, a manchete é a Organização Mundial de Saúde elevando para 615 o número de pessoas infectadas pela doença - um aumento de 65% em relação ao último dado, de 24 horas atrás.

A matéria do Globo está aqui e a da Folha, aqui.

Bem, esse também é o destaque da CNN. Na matéria, no entanto, está lá a informação de que a doença pode ser mais branda do que se pensava a princípio.

Não é à toa que o clima no Brasil parece ser de um pânico bem maior do que o que a gente vê aqui nos EUA...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Temor com gripe suína desvia avião da rota e passageira é forçada a desembarcar antes

E o medo da gripe suína cresce. Hoje, um vôo da United Airlines que saiu de Munique, naa Alemanha, com destino aos Estados Unidos foi desviado da rota antes do destino final, Washington. Uma passageira de 53 anos do vôo UA 903 começou a apresentar sintomas de gripe a bordo e o piloto decidiu pousar em Boston, onde a mulher foi encaminhada ao Massachusetts General Hospital.

Não se sabe se a mulher tinha ou não gripe suína. Por via das dúvidas... Bem, depois de passarem duas horas em terra devido ao pouso de emergência, os demais 245 passageiros seguiram rumo ao destino final.

A materia está no site do The Boston Globe.

A mesma gripe suína, mas com efeitos colaterais bem diferentes nos EUA e no Brasil

Na última semana, os primeiros cem dias do presidente Barack Obama na Casa Branca dividiram o noticiário com o aumento dos casos de pessoas contaminadas pelo vírus da gripe A H1N1, também conhecida como gripe suína. Ontem, fora confirmados 114 casos nos EUA, em 12 diferentes estados. Um dia antes, quarta-feira, eram 91 casos em dez estados americanos. Várias outras regiões do país - Pennsylvania incluído - têm suspeitas de contaminação. Até agora, no entanto, os resultados foram negativos.

A cobertura da mídia americana, assim como em todo mundo, tem sido extensa. No entanto, conversando com amigos no Brasil, não pude deixar de notar um tom bem mais alarmista do que o que tenho visto aqui nos EUA. Não que os americanos não estejam preocupados com o A H1N1. Pelo contrário: estão, e muito. Mas, parece que o clima de pânico é maior em solo brasileiro.

Minha mãe ontem estava falando que viu na TV brasileira que um segurança do presidente Obama pode ter sido infectado com o A H1N1. Uma rápida vasculhada na internet e a gente percebe que o diabo, como dizem, está nos detalhes. No Globo Online tem uma matéria (imagem ao lado) com o título Segurança de Obama pode ter contraído gripe suína durante viagem do presidente ao México. Na matéria, a gente tem a impresão de que o funcionário trabalha diretamente com Obama.

Já no New York Times, a matéria (ao lado, a imagem da página) esclarece que o homem trabalha, na verdade, para Steven Chu, secretário de Energia do governo americano, de acordo com o assessor de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs. Além disso, no texto, descobrimos que o doente nunca voou no avião presidencial, o Air Force One, e também nunca esteve perto de Obama. O NYT também esclarece, no título, que o homem já se recuperou. Ora, essas são informações vitais que anulam o tom de alarme da primeira matéria.

Acho que a cobertura de casos como o da gripe A H1N1 deve ser feita sempre com muito, muito cuidado para informar o avanço da doença, mas sem criar pânico desnecessário na população.