sábado, 31 de janeiro de 2009

Here we go, Steelers!

A criatividade anda em alta por estas bandas. Além da Steelers Ladies, outra música não pára de tocar na cidade. É a Here we go, Steelers (Aqui vamos nós, Steelers):



Cá entre nós, é um upgrade e tanto em relação à polka dos verões passados:



A verdade é que o povo anda mesmo inspirado e até a gurizada resolveu cantar em prosa e verso a saga dos Steelers rumo ao Super Bowl:



A petizada fez até versão da música Vertigo, do U2:



O povo da universidade Carnegie Mellon fez até ópera para os Steelers:



Bom, com polka, sem polka, com ópera, sem ópera, com U2 ou não, aí vamos nós Steelers, arrasar no Super Bowl!

Steeler ladies, paródia de Beyoncé

Um engraçadinho inspirado resolveu colocar no YouTube.com uma versão da música Single ladies, de Beyoncé, que não pára de tocar aqui na terra do Tio Sam. Com o título de Steeler ladies (Put A Ring On It), a nova roupagem é uma ode ao time de futebol Pittsburgh, que está a caminho do SuperBowl - e, vamos cruzar os dedos, do sexto título!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Caso Sean: o Brasil na mídia americana



Hoje, na NBC, só se falava disso. Desde entrevista no programa matutino Today, passando por chamadas o dia inteiro e, finalmente, à noite, um especial de uma hora, no Dateline: Bring Sean home (Traga Sean para casa). O assunto do dia foi o chamado Caso Sean, o menino americano que foi sequestrado pela mãe socialite e levado para o Brasil. O pai, David Goldman, tenta reaver o filho desde junho de 2004.

A história é chocante. A mãe, a brasileira Bruna Bianchi (dona da grife Bisi, no Rio), casou com o modelo americano David Goldman em Nova Jersey, em 1999. No ano seguinte, deu à luz a Sean. Quatro anos depois, sequestrou o menino e o levou para o Brasil, onde conseguiu um divórcio unilateral de Goldman e casou-se com o advogado João Paulo Lins e Silva. Desde então, pai e filho tiveram quase nenhum contato e o menino foi criado por Lins e Silva como filho.

Apesar de cortar a relação dos dois, Bruna sempre fez questão de garantir - Goldman tem várias gravações de conversas telefônicas em que ela atesta isso - que o americano era excelente pai e sua relação com o filho, única. Daí fica a dúvida: por que eliminá-lo da vida de Goldman?

Bem, em agosto do ano passado, Bruna morreu de complicações no parto da segunda filha. Goldman imaginou que, assim, fosse reaver a guarda de Sean, mas diz ele que Lins e Silva tenta não apenas ficar com o menino, mas apagar o nome do pai de sua certidão de nascimento.



Nos últimos quatro anos Goldman vem lutando pelo filho nas cortes brasileira e americana, sem sucesso. De acordo com o Tratado de Hague - assinado por países como Brasil e Estados Unidos e que trata, entre outras coisas, do sequestro de crianças - Sean teria que ser mandado de volta para o país de nascimento. Mas, até agora, nada aconteceu.

Goldman não vê o filho há anos e, na última visita agendada, a família de Bruna (a avó é Silvana Bianchi, chef do Quadrifoglio, no Jardim Botânico) sumiu com o menino. Como mãe, acho desesperador pensar que alguém pode sumir assim com um filho.

É a segunda vez desde o ano passado que vejo a história dos Goldman ser com bastante destaque na TV americana. Engraçado é que parece não haver eco no Brasil. Eu, pelo menos, não lembro de já ter visto falar do Caso Sean por lá.

Na matéria de hoje, Goldman sugere que os Lins e Silva mexeram os pauzinhos para evitar que a história aparecesse na imprensa brasileira. Será?

Aqui Goldman fala dos Lins e Silva e da mídia no Brasil:



A matéria tem uma página no site da NBC: http://www.msnbc.msn.com/id/28878143/

Aqui, a do programa Today: http://www.msnbc.msn.com/id/26867370/

E aqui está a página de David Goldman, sobre a luta para rever seu filho: http://www.bringseanhome.org/home.html

Obama, quem diria, virou capa de iPod!



Ainda sobre aquela história de todo mundo querer fazer um troco em cima do Obama... Acabo de ver na Amazon.com que tem até capa de iPod com a cara do presidente americano. Sai por $18.99.

Pode?

Com crise, lojas fazem qualquer negócio



Há uma semana, as lojas de departamentos Macy's e JC Penney resolveram queimar estoque. Para driblar a crise, estão oferecendo tudo com descontos de até 80% e até 75%, respectivamente. De nada parece ter adiantado. As lojas continuam vazias. Quem se aventura a sair de casa olha, olha, mas não compra nada. Num país que vive de consumo como os Estados Unidos, ainda choca entrar numa dessas grandes redes e ver corredores vazios.

Mesmo a Target (nossa Lojas Americanas) tem andado a meia bomba. Normalmente apinhada de gente, tem tido os corredores vazios. Estão quase vendendo a mãe. Teve até carrinho de bebê Maclaren (aqueles usados por Angelina Jolie e Brad Pitt e que nunca entram em promoção) sendo vendido com quase 70% de desconto.

Enquanto isso, a Macy's está fechando duas lojas em Pittsburgh. A Filene's Basement - templo dos shopaholics que não abrem mão de uma barganha mas estão cansados de andar pelos corredores da novaiorquina Century 21 - está liquidando tudo na sua única loja na cidade e já anunciou que fechará as portas em breve.

Já a Old Navy, marca mais barata da Gap Inc., fechou no mês passado sua loja no Century III Mall aqui de Pittsburgh. A Gap Inc. (que é dona das marcas Gap, Old Navy, Piperlime e Banana Republic) anunciou, no início de janeiro, uma queda de 14% nas vendas em dezembro. Já nas lojas da Old Navy o recuo foi de 16%. Por isso, a rede vai eliminar 15 pontos de venda nos próximos meses. Ao que parece, nenhum outro no oeste da Pennsylvania. Mas, nunca se sabe.

Dias antes do Natal, uma Gap vazia (a megaloja fica a duas quadras aqui de casa) tentou em vão queimar o estoque de inverno. Gorros, luvas, pachminas e chinelos de inverno eram vendidos por $ 10. A promoção durou dois dias e era um tremendo negócio, já que alguns itens custavam $ 65 anteriormente.

Eu, que costumo ir lá toda semana para checar as novidades e fazer um windowshopping, contei menos de dez pessoas em duas horas. No inverno passado, as pessoas estavam se acotovelando dentro da loja por promoções bem menos tentadoras.

Sei não...
O último a sair que apague a luz.

Obama inflation



Mal Barack Obama assumiu a presidência dos Estados Unidos e a inflação já ultrapassa (e com larga vantagem) a casa dos dois dígitos. Pelo menos, na banca de jornais.

Esta semana fui fazer umas comprinhas na CVS - híbrido de farmácia e loja de conveniência - e quase caí para trás. No estande dos jornais lá estavam a edição do dia 5 de novembro (vitória de Obama nas eleições presidenciais) e a do dia 21 de janeiro (posse de Obama) do Pittsburgh Post-Gazette. Até aí tudo bem.

A graça (ou não) está no fato de que os dois custaram, à época, 50 e 75 centavos de dólar, respectivamente, mas estavam sendo vendidos juntos por $ 9.99. Uma diferença de quase 700%!!!

E como dizem aqueles infomercials de TV: e não é só isso!

Uma rápida olhada no Craigslist - o jornal Balcão online dessas bandas e uma tremenda mão na roda - mostra que há quem esteja vendendo as duas edições mais a do dia 4 de novembro por módicos $ 54.

Aqui você vê o anúncio: http://pittsburgh.craigslist.org/bks/1002151596.html

Quem fuçar o Ebay vai ver que a dona inflação, como diria o Ancelmo Gois, também deu uma passada por lá. A primeira edição do New York Times do dia 5 de novembro está saindo a $ 119.95. Isso mesmo: $ 119.95

Confira aqui: http://cgi.ebay.com/OBAMA-11-5-NY-TIMES-RARE-EARLY-1ST-EDITION-NEWSPAPER_W0QQitemZ170297433546QQcmdZViewItemQQptZLH_DefaultDomain_0?hash=item170297433546&_trksid=p3286.c0.m14&_trkparms=72%3A1205%7C66%3A2%7C65%3A12%7C39%3A1%7C240%3A1318%7C301%3A0%7C293%3A1%7C294%3A50



Já a edição especial da revista Time com Barack Obama na capa está saindo por nada menos que $ 59.99.

Veja só: http://cgi.ebay.com/TIME-MAGAZINE-BARACK-OBAMA-44TH-PRESIDENT-SPECIAL-ED_W0QQitemZ120329862665QQcmdZViewItemQQptZMagazines?hash=item120329862665&_trksid=p3286.c0.m14&_trkparms=72%3A1205%7C66%3A2%7C65%3A12%7C39%3A1%7C240%3A1318%7C301%3A0%7C293%3A1%7C294%3A50

É ou não é coisa de louco?

A maldição da Terrible Towel



Aqui em Pittsburgh, os Steelers são quase uma religião. E a chamada Terrible Towel (uma "terrível" toalha amarela que é o símbolo do time e do amor dos torcedores pelos Steelers) é venerada e respeitada por todos, inclusive por outros times da NFL. Para muitos, é como se fosse a bandeira dos Steelers.

Pois bem. Ontem, durante um evento de apoio aos Cardinals, Phil Gordon, prefeito de Phoenix, Arizona, assoou o nariz na Terrible Towel e ainda jogou-a no chão, no que foi entendido por essas bandas como um profundo sinal de desrespeito ao time local. No mesmo evento, o mascote dos Cardinals, chamado Big Red, usou a toalha para limpar os sovacos. O público gritava ao prefeito: "Queime-a, queime-a!"

Aqui você vê o vídeo na matéria do canal WPXI: http://www.wpxi.com/video/18580458/

O vídeo na íntegra está aqui (em qualidade):



Hoje, o prefeito veio a público se desculpar pelo ocorrido. Ele disse que não pretendia, de forma alguma, ofender os Steelers, seus fãs ou suas tradições. Tá.

Estou aqui achando com os meus botões que ele está é com medo da famosa maldição da Terrible Towel, como bem lembrou a matéria da WPXI. Que o digam times como Bears (Cleveland), Titans (Tennessee), Bengals (Cincinnati) e, mais recentemente, Ravens (Baltimore).

No dia 21 de dezembro do ano passado, após vencerem os Steelers por 31 a 14, quatro jogadores dos Titans - Keith Bulluck, Jevon Kearse, Bo Scaife e LenDale White - pegaram algumas Terrible Towels, as jogaram no chão e depois pisaram nelas. Depois disso, os Titans não ganharam mais nenhum jogo.

Aqui, a cena:



Em meados de janeiro, como eu mostrei num post mais antigo, os Ravens e o jornal Baltimore Sun detonaram os Steelers e Pittsburgh - do sotaque às atrações turísticas, passando pela culinária local. Para completar, alguns fãs dos Ravens queimaram uma Terrible Towel.



Pois bem. Os Steelers venceram os Ravens por 23 a 14 na final do campeonato da AFC (The American Football Conference, parte integrante da Liga Nacional de Futebol, NFL na sigla em inglês). Com isso, garantiram presença no Super Bowl, a final da NFL.

E a maldição não é de hoje. Em 2005, o jogador T.J. Houshmandzadeh, dos Bengals, de Cincinnati, limpou os pés numa Terrible Towel depois de marcar um touchdown (que é quando um time leva a bola de futebol para o fim do campo do time oposto). Depois disso os Bengals não marcaram mais ponto e os Steelers ainda ganharam de lavada, por 31 a 17.

Em 1994, Earnest Byner, um dos jogadores dos Bears, de Cleveland, pisou em uma Terrible Towel e ameaçou os Steelers. Disse que pouco se importava com a famosa toalha e garantiu que iria derrotá-los no confronto. O resultado? Os Steelers ganharam de 29 a 9.

A conferir o destino dos Cardinals no domingão do Super Bowl.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Armani, Dior, Givenchy e Chanel de graça. Isso mesmo: de graça!



Parecia bom demais para ser verdade, mas eu chequei e é vero. Lojas de departamentos como Macy's, Nordstrom e Dillard's estão distribuindo o equivalente a $ 175 milhões em cosméticos de graça. Entre as marcas estão nomes como Giorgio Armani, Boucheron, Chanel, Christian Dior, Calvin Klein, Vera Wang, Estée Lauder, Clinique, Guerlain, Ralph Lauren e Givenchy. A farra, que começou no dia 20 de janeiro, termina amanhã.

A história começou em 2003, quando as lojas e os fabricantes foram processados numa corte da Califórnia por violação das leis antitruste e tentativa de fixar preços. Aparentemente as lojas tentaram limitar as vendas dos produtos, para manter preços e competição em alta. As lojas - entre elas, Bergdorf Goodman, Bergner's, Bloomingdale's, Boston Store, Carson Pirie Scott, Dillard's, Gottschalks, Herberger's, Macy's, Neiman Marcus, Nordstrom, Parisian, Saks Fifth Avenue e Younkers — negaram as acusações.

Para encerrar a pendenga ficou decidido que elas distribuiriam o equivalente a $ 175 milhões em cosméticos aos clientes que compraram os produtos entre 29 de maio de 1994 e 16 de julho de 2003. Acontece que as lojas não estão checando quem comprou ou não lá atrás e basicamente basta entrar na fila - no questions asked - para levar sua sacolinha para casa.



Na lista estão produtos como o hidratante Coco Mademoiselle (Chanel) e os perfumes J'Adore (Dior) e Very Irrésisitible (Givenchy).

Mas, a coisa toda não é tão oba-oba assim. É apenas um produto por consumidor. Ainda assim, nesses tempos de vacas magras, é uma ajuda e tanto no ritual de beleza nosso de cada dia...

Obama, o garoto-propagada

Obama é pop. Se a campanha presidencial não foi o suficiente para provar isso - com Obama na capa de revistas como People, Men's Health e Rolling Stone, entre outras - basta olhar em volta para ver como empresas como Pepsi e Ikea estão querendo tirar uma lasquinha do presidente superstar. Não chega a surpreender, já que Obama foi e é um "produto" que deu certo.

A Pepsi mudou seu logotipo, que agora parece ter sido inspirado no da campanha de Obama (se bem que ele também lembra o símbolo da companhia de aviação Korean Air).



Aqui o símbolo da campanha Obama-Biden:



Na esteira do novo o logo, eles lançaram a campanha Refresh America (Refresque América no sentido literal, mas numa tradução livre seria algo como Recomece, América). Na página da campanha, eles convidam os consumidores a mandar uma mensagem para o presidente, com suas sugestões para o novo governo.

Aqui, a página da campanha:



A Pepsi até colocou no ar um vídeo da campanha chamado Yes, you can (sim, você pode). Para quem não lembra, um dos motes da campanha de Obama era Yes, we can (sim, nós podemos).



Além da Pepsi, a fabricante de móveis Ikea (copiada no Brasil pela Tok&Stok, que tem o mesmo conceito de venda de móveis com design bacana a preços acessíveis - no Brasil, não tão acessíveis assim) entrou na onda e lançou a campanha Embrace change 09 no seu site. Para quem não lembra, o mote da campanha de Obama era extamente esse: Change we can believe in (Mudança na qual podemos acreditar).



No site, eles dizem: "As mudanças começam em casa". E, quem clica no logotipo da campanha é redirecionado para o site EmbraceChange09.com. Lá você pode montar o seu próprio Salão Oval com móveis da Ikea, veja só. Depois, você pode mandar sua sugestão de decoração para a Casa Branca.



As duas empresas disseram essa semana à CNN que não há nada "político" em suas novas campanhas. Ok.

Suor, cerveja e urina à americana



A Febreze (um produto na linha do Glade, que funciona como removedor de odores) está lançando uma nova linha de produtos, a Destinations Collection. O comercial que foi ao ar hoje à noite anunciou em grande estilo que uma das novas fragrâncias se chama Brazilian Carnival. Sério?!?

Fiquei aqui pensando nos meus 32 verões cariocas e nas minhas memórias do Reino de Momo... Como seria ter o odor do tal do Carnaval Brasileiro da Frebreze pela casa? Um misto de suor, muita cerveja e ainda mais urina (especialmente se a inspiração for o sempre sujo Sambódromo)? Humm... Sei não. Estou achando que o produto periga encalhar nas prateleiras...

Alguém talvez se arrisque a experimentar em casa outra das novas fragrâncias: Moroccan Bazaar (Mercado Marroquino).



Ok. De acordo com as memórias de uma amiga que esteve em Casablanca há alguns anos, a mistura seria algo como fedor de camelo (e, ela lembra, os bichos têm um cheiro que "gruda" em tudo e é difícil de sair), suor e fortes temperos. Difícil escolha.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Santo oportunismo, Batman!


Essa foi rápida no gatilho. Ontem, dois dias após a posse de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos, a fabricante de brinquedos Ty - famosa por aqui pela linha de bichinhos de pelúcia Beanie Babies - lançou duas novas bonecas: Sweet Sasha (Doce Sasha) e Marvelous Malia (Maravilhosa Malia). Ambas pertencem à coleção Ty Girlz.



Até aí, tudo bem. Todo mundo esperava mesmo que os oportunistas de plantão tentassem fazem um bom troco em cima dos Obama. A graça com as bonecas é que a Ty, vejam só que cara-de-pau, disse que os brinquedos não são inspirados nas filhas do presidente americano. Pode?!?!

A porta-voz da empresa, Tania Lundeen, disse à Associated Press que os nomes não foram inspirados pelas meninas. "Os escolhemos pois são nomes bonitos", disse ela. Tá.

Basta olhar o resto das Ty Girlz - a grande maioria de pele clara e muitas delas, loirinhas - para ver o oportunismo por trás do lançamento das duas bonequinhas negras.

E, santo oportunismo, Batman! Enquanto as colequinhas de coleção custam entre $ 9 e $ 12, uma passada rápida pela Amazon.com mostra que ambas estão à venda pela módica quantia de $ 92.99.

Veja aqui:


Sasha
http://www.amazon.com/Ty-02232-Sweet-Sasha/dp/B001QGUQ74/ref=sr_1_6?ie=UTF8&s=toys-and-games&qid=1233166099&sr=8-6


Malia
http://www.amazon.com/Ty-02231-Marvelous-Malia/dp/B001QGUJBW/ref=sr_1_3?ie=UTF8&s=toys-and-games&qid=1233166099&sr=8-3

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Freegan



Vivendo e aprendendo. Hoje descobri uma "nova moda" por aqui: o freeganism. O nome é uma combinação de duas palavras - free (livre) e (ve)gan (vegetariano). Os freegans condenam o estilo de vida consumista americano e o desperdício e só se alimentam do que é jogado fora pelos supermercados. Muitos produtos já passaram da validade, outros não - nos dois casos, dizem, ainda são nutritivos e perfeitos para o consumo.

Os freegans não catam lixo por falta de dinheiro: muitos têm bons empregos e renda fixa. No programa de TV que me apresentou hoje aos freegans, uma menina disse que gastava apenas $ 15 com comida por mês!! Parte do que economizava com a alimentação, gastava em café. "Gosto de café de altíssima qualidade", disse a freegan na TV.

Os freegans - que surgiram em meados da década de 90, em meio aos movimentos antiglobalização - têm como meta viver com pouca participação na economia e com consumo mínimo de recursos. Ao vasculhar o lixo de supermercados e restaurantes, eles acreditam que estão salvando comida em perfeito estado (e, assim, reduzindo o impacto no meio ambiente) e, ao mesmo tempo, fazendo uma importante crítica política.



Eles usam números imponentes para fundamentar sua causa: segundo os freegans, a família padrão americana, com quatro pessoas, desperdiça anualmente o equivalente a $ 590 em comida que ainda não atingiu a data de vencimento.

Quem fuça a página do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos descobre que essa mesma família padrão gera o equivalente a mais de 55 kg de comida desperdiçada todo mês. Em 2005, indivíduos, empresas e instituições aqui nos EUA produziram mais de 245 milhões de toneladas de comida desperdiçada, segundo dados da Agência de Proteção Ambiental.

Eles têm página no Facebook, com 4.237 membros: http://www.facebook.com/group.php?gid=55202305088

E também têm um site onde há tudo o que você queria saber sobre ser freegan mas tinha vergonha de perguntar:
http://freegan.info/

Lindo



Após as puladas de cerca e charutadas de Bill Clinton e do casamento aparentemente sem graça e sem sal de George e Laura Bush, é bacana de ver a relação que o presidente Barack Obama tem com sua mulher, Michelle. Sempre carinhosos, seja com um afago no braço, com um beijo ou com um abraço apertado e demorado, eles ainda causam estranheza ao povo americano, que não está acostumado a esse tipo de demonstração pública de afeto. Especialmente quando se trata do presidente e da primeira-dama.

Ao som do clássico de Etta James, At last, interpretado desta vez por Beyoncé - e que sempre marca presença como primeira música dos noivos nos casamentos americanos -, eles dançaram de rosto colado, fizeram carinho, sussuraram ao pé do ouvido, rodopiaram, sorriram cúmplices, como qualquer outro casal apaixonado. Bonito.

Há quem aposte que eles vão entrar no papel de presidente e primeira dama e, com isso, os afagos públicos devem esfriar. Sei não...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Bush, a sapatada final ou a hora de malhar o Judas



As 24 horas finais de Bush como presidente dos EUA não podiam passar em branco e teve quem aproveitasse os últimos momentos para reviver a sapatada mais famosa da história. Um boneco inflável de Bush, com seis metros de altura, foi erguido em Dupont Circle, em Washington (a quatro ou cinco quadras da Casa Branca), numa versão de malhar o Judas para gringo ver.

Arremessaram de tênis a botas, passando por sandálias de salto alto e mesmo horrendas Crocs na direção do boneco. O tiro ao alvo começou às 11 horas da manhã de ontem e durou mais de cinco horas. Veja abaixo a nova sessão de sapatadas:



Os mais animados deixaram os sapatos de lado e partiram com tudo para cima do boneco, chutando-o e derrubando-o no chão, para então ser atingido por novas sapatadas. Teve até criança no meio da confusão.



Outra cena da sapatada versão 2.0 aqui:

Barack Obama, o 44° presidente americano



Um dia após os EUA celebrarem o Dia de Martin Luther King, Barack Hussein Obama toma posse como 44° presidente americano. É com um sentimento de alívio que a gente vê chegar ao fim a era Bush, uma época de intolerância, arrogância e incontáveis erros, entre eles duas guerras que já mataram milhares de pessoas no Iraque e no Afeganistão.

Além das guerras, Obama herda também a maior crise econômica desde o Crash de 1929 e um país que é assombrado pelo fantasma do desemprego - que, em novembro último, atingiu o maior nível em 34 anos, quando 500 mil postos sumiram do mapa.

Quando Bush assumiu a presidência, em janeiro de 2001, o desemprego atingia 4,2% da população. Hoje, chega a 7,2%. Bill Clinton entregou a ele uma economia superavitária em US$ 237 bilhões. Hoje, o país tem um déficit orçamentário de US$ 1,2 trilhões. O índice de confiança do consumidor era de 116 em janeiro de 2001, mas despencou para 38 neste mês.

Como disse Obama em seu primeiro discurso como presidente, "a partir de agora, devemos nos levantar, sacodir a poeira e começar de novo o trabalho de reconstruir a América". Bonito no papel, mas não vai ser mole não.


Watch CBS Videos Online

Um dia como hoje é bacana não só pelo sentimento de esperança renovada e pela promessa de dias melhores, mas principalmente pelo que significa à luz de um passado não tão distante, em que negros tinham que sentar-se nos últimos assentos dos ônibus e tinham banheiros e bebedouros separados dos dos brancos em lugares públicos. Há 40 anos, todas as formas de segregação foram consideradas inconstitucionais pela Suprema Corte americana, mas no dia-a-dia, a gente bem sabe, o buraco é bem mais embaixo. Nomes como Rosa Parks e Martin Luther King Jr. não nos deixam esquecer disso.

Que os próximos quatro anos sejam de um governo mais equilibrado e mais equânime, que consiga corrigir parte do estrago feito nos últimos oito anos. E que a chegada de Obama à presidência dos EUA signifique um largo passo rumo à igualdade e à inclusão das minorias.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Era só o que faltava: "Zenin, o garoto vizinho do presidente Obama"



Com Barack Obama alçado ao posto de presidente superstar, o que não falta é quem queira tirar vantagem disso. Desta vez, é um moleque de seis anos chamado Zenin Miller. Vizinho dos Obama em Chicago, ele resolveu lançar um livro "It's me, Zenin! - president Barack Obama's kid neighbor" (Sou eu, Zenin! - o garoto vizinho do presidente Obama).

O livro é vendido por $ 15.95 e tem até site: (http://www.thezenkids.com/). Na publicação, o petiz fala como é o bairro de Chicago onde o 44° presidente americano morou até a posse e quais são os lugares favoritos de Obama. No site, tratam o livro como "futuro best-seller" e ainda avisam: "todos deveriam ter uma cópia para seus filhos e sua turma". Modesto, não?

Apenas hoje o garoto já apreceu em três programas TV diferentes: um na NBC e mais dois na ABC.

No site, é possível descobrir ainda que "Zenin Miller é o geninho por trás da The Zen Kids (de acordo com a página, empresa que foi criada neste mês com o objetivo de ensinar atividades como fotografia e design gráfico para crianças, para complementar o currículo escolar).

Diz o site: "Ele sempre ousou sonhar alto, mesmo quando tinha apenas três anos de idade. Zenin já se envolveu em diversos projetos de marketing, vendas, design, fotografia e publicidade da empresa de sua família. Ele já coordenou designs para cerimônias de gala, criou conceitos para posters e flyers de artistas, estruturou o currículo para uma organização juvenil, escreveu o que se tornará em breve um best-seller, foi emprsário de um grande cantor, conuz vendas de espetáculos, além de implementar estratégias vencedoras de vendas e marketing. Tudo isso em paralelo às brincadeiras de fim de semana com vário amigos, às aulas de chinês e aos treinos para que possa competir na natação e, o mais importante, estudando tanto quanto possível para ajudar seu cérebro a se desenvolver".

Estou sem palavras...

Na verdade, só uma vem à mente: bullshit.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Da neve à lama



Mal dá para acreditar que há dois dias enfrentamos um frio de - 28°C. O tempo "esquentou" nas últimas 48 horas e, sob o clima mais ameno (- 2°C durante o dia de ontem e - 7°C agora de madrugada), a neve derreteu, formando poças de água gelada por todo canto.

Nunca tivemos que nos preocupar com neve, gelo ou poças de água fria porque sempre que nevava, uma niveladora passava aqui pelo bairro, removendo a neve excedente. Além disso, o sal que era jogado na rua era o suficiente para "enxugar" a neve e as poças que se formavam.



Não agora. A rua está uma piscina e a água gelada que se acumula junto às calçadas está congelando, travando dezenas de carros próximos ao meio-fio, com o gelo cobrindo parte das calotas em alguns pontos do asfalto. Nem todo o pé no freio do mundo é capaz de tirar os veículos do lugar. Se você ficar estacionado pouco tempo, tem passe livre. Do contrário, é melhor pensar em pedir carona, pegar um ônibus ou mesmo ficar em casa.

O pior é que as ruas em torno da nossa estão bem niveladas, com neve apenas junto ao meio-fio. De dar inveja. Aqui, o pouco sal jogado no meio da rua virou pedra, formando um frio lamaçal junto com a neve restante e a água gélida.



A cena do lado de fora da janela de casa traz à tona os mesmos sentimentos que todo bom carioca tem com a temporada de chuva no Rio - raiva, frustração e a eterna pergunta: para onde está indo a fortuna que eu pago de impostos?

Go Steelers!!!



Eles falaram mal, tripudiaram e humilharam. De nada adiantou. Os Pittsburgh Steelers jogaram os Ravens para escanteio e ganharam hoje à noite o campeonato da AFC (The American Football Conference, parte integrante da Liga Nacional de Futebol, NFL na sigla em inglês). Os Steelers ganharam do time de Baltimore por 23-14, garantindo, assim, passagem para seu sétimo Super Bowl - um recorde na AFC. Se os ventos soprarem a favor, os Stellers podem ser o primeiro time na história do Super Bowl a conquistar seis vitórias.

Foi a terceira vez que os Ravens perderam para os Steelers nesta temporada. Agora o time amarelo e preto vai enfrentar os Arizona Cardinals (que venceram hoje o Eagles da Filadélfia por 32-25) em Tampa, na Flórida, no dia 1° de Fevereiro. É a primeira vez que os Cardinals participarão do Super Bowl.

Após morar em Pittsburgh, não tem jeito: você acaba se apaixonando pelos Steelers e sendo contagiado pela paixão que os pittsburghers têm pelo time. Go Steelers!

Como diz o ditado, filho bonito tem muitos pais

Até os irlandeses estão nessa, quando o assunto é Barack Obama - ou, como eles bem diriam, O'Bama. Os irlandeses garantem que ele é tão irlandês quanto John Kennedy.

A música sobre o irlandês Barack Obama está fazendo um tremendo sucesso e não pára de tocar por aqui e na Europa.



Ela até ganhou uma versão animada:
http://www.youtube.com/watch?v=HplZ_taHXLM

Enquanto isso, na Casa Branca...



Na mesma pesquisa, 83% dos entrevistados disseram que o governo Bush foi mediano ou fraco. Quando Bill Clinton deixou o governo, 59% avaliaram que sua gestão havia sido muito boa ou boa, mesma crença de 40% dos entrevistados em relação à administração de Bush Pai.

O que Bush achou do resultado?



Aqui os resultados: http://www.nytimes.com/2009/01/17/us/politics/17poll.html

Obama nation


Na Steelers Nation e em todo o país, o clima é de contagem regressiva para a posse do presidente eleito Barack Obama. Após oito anos sob a doutrina Bush, o que se vê à volta é um grande sentimento de alívio e de esperança de que os EUA tomem novo rumo.

Pesquisa publicada hoje pelo New York Times e pela CBS mostra que 83% dos entrevistados acreditam que o país está pior hoje do que há cinco anos e 61% estimam que as coisas melhorem nos próximos cinco anos.

Quando o assunto é a economia, 92% avaliam que está ruim ou bem ruim. Já 79% dos entrevistados estão otimistas em relação a Obama como 44° presidente americano. É o maior otimismo demonstrado pela pesquisa nos últimos 32 anos.

Otimismo nos próximos quatro anos com o novo presidente

Barack Obama (2009) - 79%
George W. Bush (2001) - 64%
Bill Clinton (1993) - 70%
George Bush (1989) - 68%
Ronald Reagan (1981) - 69%
Jimmy Carter (1977) - 70%

Fonte: Pesquisa New York Times/CBS


A pesquisa do NYT/CBS mostra que 38% acreditam que o governo Obama levará dois anos para consertar a economia. 17% crêem que isso será possível em apenas um ano, 18% em quatro anos e outros 17% em mais de quatro anos. Apenas 7% estimam que ele não conseguirá colocar a economia americana de volta nos trilhos.

Em relação ao fim da guerra no Iraque, 39% apostam que Obama conseguirá fazê-lo em apenas dois anos e 22%, no primeiro ano de governo. 15% crêem que isso poderá levar quatro anos e 11%, mais de quatro anos. Do total, 7% não acreditam que Obama colocará um ponto final nos confrontos.

Como os números mostram, as expectativas são altíssimas em relação a Obama. Se bem que por aqui há quem diga que, após o estado em que Bush deixou o país e a economia, ele não precisará fazer milagre para se sair melhor que o antecessor.

A pesquisa completa está aqui: http://www.nytimes.com/2009/01/18/us/politics/18poll.html?hp

sábado, 17 de janeiro de 2009

Prefeito louco (por futebol) ou, como diria Shakespeare: What's in a name?



A paixão dos brasileiros por futebol encontra eco aqui em Pittsburgh, na relação que os pittsburghers têm com seu time local, os Steelers. Aqui é a Steelers Nation, como dizem. As cores do time - preto e amarelo - estão por toda parte, do óbvio (camisas, jaquetas, bonés, luvas, bandeiras) ao não tão óbvio assim (capa de assento de carro, carrinho de bebê, cobertores, cadeiras, sofás, luminárias).

Essa estreita relação com o time de futebol americano atingiu novo patamar nesta quarta-feira, quando o prefeito da cidade, Luke Ravenstahl, convocou uma coletiva no Departamento de Registros da região. O evento era para anunciar sua mudança de nome para Steelerstahl.

O motivo? No domingo os Steelers enfrentam os Ravens, de Baltimore, num confronto digno de um autêntico Fla-Flu.



"Em nome da Steelers Nation, eu decidi eliminar a palavra Ravens do meu nome, assim como os Steelers irão eliminar os Ravens do Campeonato da AFC (The American Football Conference, parte integrante da Liga Nacional de Futebol, NFL na sigla em inglês)", disse o prefeito, de 28 anos. Em 2006, aos 26 anos, ele se tornou a pessoa mais jovem a assumir a prefeitura de uma grande cidade americana.

Na segunda, volta tudo a ser como antes e o prefeito retoma o Ravenstahl original.

A idéia da mudança de nome não foi do prefeito, mas dos apresentadores JR Randall e Kate da rádio local Star 100.7 FM. Eles ligaram para o gabinete do prefeito sugerindo que ele fizesse a alteração, num sinal de apoio aos Steelers.

Alguém aí imagina o Eduardo Paes assinando Eduardo Flamengo?



Para entender os caminhos que levaram o prefeito à mudança, é preciso um olhar cuidadoso à rixa (mais do lado de lá do que do de cá) dos Ravens com os Steelers. A disputa se intensificou esta semana, quando o Baltimore Sun publicou uma nota na seção de esportes detonando o sotaque dos pittsburghers (o chamado pittsburghese).

Na nota Pittsburghese: outra razão para odiar os "Stillers", Kevin Cowherd escreve: "Você acha que o sotaque característico de Baltimore dói aos ouvidos? Ok, dói. Mas parece a língua de Shakespeare se comparado com o Pittsburghese, o sofrível dialeto da Cidade do Aço". Após dar alguns exemplos da fala local, ele arremata: "De que universo eles vieram?"

Aqui, na íntegra:
http://www.baltimoresun.com/sports/other/bal-sp.cowherd14jan14,0,7635691.story

Um dia antes, o mesmo Baltimore Sun havia publicado uma matéria criticando de maneira nada elegante a comida local. Leia aqui (http://www.baltimoresun.com/sports/football/bal-sp.cowherd13jan13,0,510748.story)

Na mesma semana, também publicou nota sobre as atrações turísticas de Pittsburgh, outro motivo para odiar a cidade: http://www.baltimoresun.com/sports/football/bal-sp.cowherd15jan15,0,1428256.story

E, o jornal parece alimentar a disputa. No seu site há até um link chamado Por que os fãs dos Ravens odeiam Pittsburgh:
http://www.baltimoresun.com/sports/football/bal-whytohatepittsburgh,0,1900014.storygallery

Dá para imaginar, com todo o bairrismo que cerca a relação Rio-São Paulo, jornais como Folha de São Paulo ou O Globo fazendo tamanho papelão?

- 21°C à sombra

Após pouco mais de três semanas no Rio, é bom voltar para casa. O corpo é que demora um pouco para se ajustar às mudanças de temperatura... Não é fácil sair da casa dos 30 graus à sombra e enfrentar o frio congelante de Pittsburgh neste inverno. Mesmo para quem odeia calor, como eu.



Hoje de madrugada os termômetros do Weather Channel acusavam: - 5° Fahrenheit. Em "bom português", - 21°C. Há 15 anos que a temperatura não caía tanto aqui em Pittsburgh. A última vez em que ficamos abaixo de zero Fahrenheit (-17.7°C) foi em fevereiro de 2007. Com o frio congelante chegando mais cedo, é de se esperar que este seja um dos invernos mais rigorosos dos últimos anos.

Os pittsburghers adoram reclamar do frio. É mais fácil ver um local amaldiçoar os céus do que um estrangeiro. Talvez, porque eles pintam o diabo mais feio do que ele é: a fama do inverno de Pittsburgh é definitivamente muito pior do que a realidade. Para se ter uma idéia, até agora estamos contando apenas com a calefação - ainda não ligamos os aquecedores.

A despeito das reclamações locais há lugares bem mais gelados na "vizinhança", como Minneapolis e Chicago, onde as pessoas não praguejam tanto contra o frio. Se bem que, só para me contrariar, os dois estão registrando temperaturas mais amenas hoje: - 11°C e - 12 °C.



A nossa rua ficou coberta de branco, com a neve fofa afundando sob os nossos pés. Para quem viveu a vida toda sob o calor dos trópicos, ainda é fascinante ver carros, casas e árvores salpicados de branco. Não consegui resistir e fui até a varanda tirar algumas fotos. Quando vi, já tinha atravessado a rua para registrar nossa casa sob a neve.



A verdade é que, com a roupa de inverno adequada, o frio não é tão insuportável assim, mesmo para quem nasceu e foi criado no Rio. Você se acostuma, até porque tem calefação em tudo que é canto e você acaba passando pouco tempo ao ar livre.

A chave é vestir-se em camadas, como dizem por aqui. Aprendi rapidinho a lição. Quando saio, uso sempre duas calças: uma jeans, com outra de lã por baixo. São também duas blusas: uma de manga curta e outra de manga longa, fora o casaco de lã e o casaco de neve. Mas, depois de um ano e meio aqui, já estou ficando abusada: saí hoje sem o casaco de neve. Só não dá para esquecer das luvas. Se as mãos congelam, acabou a brincadeira: o frio se espalha rapidamente pelo resto do corpo.

Nisso tudo, a pele é que acaba sentindo mais. A boca fica queimada de frio e o corpo todo, ressecado. Fora isso, é vida que segue.

E o bom e velho Weather Channel já avisa que, amanhã, o tempo promete dar uma "esquentadinha": a máxima vai ser de - 5°C à sombra...