domingo, 14 de dezembro de 2008

Chinelo voador ou a sapatada no Bush

Quando eu era pequena, era uma peste. Não ficava quieta num canto, subia em cima dos móveis, aprontava mil e uma. Em resumo, era um capeta. Reza a lenda - e há dezenas de testemunhas para comprovar - que num desses dias em que eu estava pulando de móvel em móvel na casa de uns amigos da minha mãe, ela, mortificada e já sem saber o que fazer, me avisou:

"Se você não ficar quieta, o chinelo vai voar"

E eu, terrível, não ia engolir essa em seco:

"Mas chinelo não voa", argumentei.

Ato contínuo, o tal do chinelo veio num rasante em minha direção. Pegou de raspão na perna, mas foi o suficiente para me manter quieta o resto da noite. Eu sei, eu sei, psicologia infantil zero, né? Mas na década de 80, não sei se tinha muito disso. Hoje, aqui nos EUA, era capaz de dar cadeia: child abuse. A favor da minha mãe, tenho que dizer eu não me aguentaria como filha. Eu era impossível.

Você deve estar se perguntando a essa altura: mas qual é a da história do chinelo voador? Bem, não pude deixar de lembrar dela ao ler que um jornalista arremessou um par de sapatos na direção do presidente Bush durante uma coletiva em Bagdá.

Veja o vídeo aqui:



Antes de atirar o primeiro pé de sapato, o repórter gritou: "Esse é um beijo de adeus, cachorro". Segundo a Bloomberg, na cultura árabe, a sola do sapato é um tipo de insulto.

Bush conseguiu desviar dos dois sapatos e depois ainda tentou tranquilizar os outros repórteres:

"Eu estou bem. Isso não me importa. (...) Era um sapato tamanho 42"

Hein? Qual é a do sapato 42?
Impressionante como o tempo passa, o tempo voa e o Bush continua não fazendo o menor sentido.

O que me lembra, claro, do quadro Grandes Momentos nos Discurssos Presidenciais do programa do David Letterman. Aqui uma palhinha:



Alguns momentos imperdíveis, no entanto, escaparam. Achei boa parte aqui:

Nenhum comentário: