terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Com dinheiro e sem fé



A coisa não está nada boa. No primeiro dia de negócios no mercado financeiro - ontem foi feriado pelo Dia dos Presidentes - após a aprovação do pacote de estímulo econômico do governo Obama, as bolsas dos EUA chegaram a cair 4,5% (caso do índice S&P 500). Aparentemente, os investidores não estão levando fé de que o plano vá tirar a economia da UTI tão rápido quanto o pessoal em Washington espera.

Enquanto isso, em Detroit...

No mesmo dia em que o pacote foi transformado em lei pelo presidente Barack Obama, as montadoras Chrysler e GM - que já receberam US$ 17.4 bilhões - pediram que o governo estenda a mão mais uma vez e aumente o valor para US$ 39 bilhões. A GM, maior fabricante de automóveis do mundo, disse que pode ficar sem caixa no mês que vem e precisaria de US$ 4.6 bilhões para cobrir os próximos dois meses. A empresa anunciou o corte de 47 mil postos de trabalho em todo mundo (19% do total) e avisou que pode fechar as portas de mais cinco fábricas nos EUA.

A Chrysler não ficou atrás: vai demitir três mil e parar de produzir três modelos de veículos. Mas, foi mais modesta no pedido: quer uma ajuda de US$ 5 bilhões desta vez.

Para completar, o ex-presidente do Federal Reserve (o banco central americano) e guru financeiro Alan Greenspan disse hoje que a recessão global vai "certamente ser mais longa e mais profunda" do que a Grande Depressão da década de 30. Segundo ele, serão necessários mais recursos para estabilizar o sistema financeiro americano.

A matéria sobre Greenspan está aqui, na página da Reuters.

Já em Washington...

Ah, antes que me esqueça: o presidente Obama afirmou que o pacote é "o início do fim da crise". Só falta agora avisar ao resto do mundo.

Nenhum comentário: