terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Senado aprova pacote de ajuda financeira e governo anuncia quase US$ 2 trilhões



Como se esperava, o Senado americano aprovou - por 61 votos a 37 - o pacote de ajuda financeira de US$ 838 bilhões para enfrentar a maior crise econômica desde a Grande Depressão, na década de 30. O dinheiro será gasto na criação de empregos (até quatro milhões, segundo o presidente Obama), em educação e em infra-estrutura.

A grande dúvida é: será que a quantia vai ser suficiente?

O governo anterior já torrou metade dos recursos do pacote anti-crise de US$ 700 bilhões - dinheiro que muito banco usou para comprar concorrentes e também para bancar gordos bônus de seus executivos. Talvez por isso, a gente não tenha saído do lugar. As pessoas não confiam, as empresas estão quebrando e os consumidores, bem, os consumidores não consomem. A economia não apenas está emperrada, mas está descendo o ralo.

Pois é. A bolada que chocou Deus e o mundo no ano passado como o maior pacote de ajuda financeira da história não conseguiu injetar ânimo necessário na economia. É desalentador assistir ao noticiário - todo dia uma nova empresa anuncia demissões em massa. Hoje foi a vez da GM, que vai eliminar dez mil vagas em todo o mundo.

Por isso, o mercado reagiu mal e as bolsas caíram hoje mais de 4,5% nos EUA.



Só que tem novidade por aí. Ninguém esperava, mas o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, o anunciou hoje que o governo vai desembolsar até US$ 1,75 trilhão, além dos US$ 350 bilhões que tinham sido aprovados, mas não gastos.

O dinheiro chega com a promessa de que será bem empregado. Primeiro, o governo vai arrochar as regras para ajuda às instituições financeiras que estão em apuros. Além disso, vai ter de tudo um pouco: compra de título podre dos bancos, aquisição de ativos que foram dados como garantia em empréstimos anteriores (para então pagar dívidas com faculdade ou mesmo com as operadoras de cartão de crédito), compra de títulos de hipotecas das falidas Fannie Mae e Freddie Mac, parte do dinheiro será para renegociar retomada de imóveis, empréstimos para pequenas empresas, the works.

Segundo Gheitner, o desembolso será 100% transparente e os cidadãos vão poder acompanhar tudo no site http://financialstability.gov/. Por enquanto, o site é tosco, tem apenas dois ou três comunicados do Tesouro, alguns poucos vídeos e só. Mas, vamos dar tempo ao tempo.

Por ora, a coisa toda pareceu um tanto confusa e mal explicada. Além disso, as metas são robustas e ambiciosas, como o pacote. Agora é torcer para dar certo.

O Wall Street Journal explica em detalhes as diferenças entre o pacote aprovado hoje, de US$ 838 bilhões, e o original, de US$ 820 bilhões. Para quem quiser saber mais, o link está aqui.

Mas, ainda é preciso, após tantas idas e vindas, chegar a uma versão final do pacote, que deve sair no fim de semana. Vamos esperar para ver o que acontece até a segunda-feira.

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